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Transparência

PS dá nova reviravolta e alarga incompatibilidades a sociedades de advogados

11 abr, 2019 - 14:33 • Susana Madureira Martins

Socialistas vão voltar à sua proposta inicial na comissão de transparência. César justifica que essa versão é mais sólida.

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O PS dá mais uma reviravolta nas questões da transparência e vai voltar à sua proposta inicial sobre as incompatibilidades de deputados que sejam advogados, alargando a todas as sociedades a que pertençam a inibição de participarem em litígios que envolvam entidades públicas.

O anúncio foi feito no fim da reunião do grupo parlamentar socialista esta quinta-feira, e antes da comissão parlamentar para a transparência, que vai reunir-se esta tarde para fixar os textos finais que têm sido trabalhados naquela comissão.

“Existindo mecanismos que permitem a suspensão ou mesmo a saída da sociedade de quem quer vir desempenhar uma função pública, entendemos que a solução que tínhamos apresentado é mais sólida no sentido de não gerar duvidas ou interpretações sobre o alcance das incompatibilidades”, justificou o deputado Pedro Delgado Alves, à saída da reunião do grupo parlamentar socialista.

“Vamos repor aquela que era a nossa proposta inicial”, anunciou o deputado. A proposta inicial impedia que um advogado acumulasse a função de deputado e a participação numa sociedade de advogados que tivesse participação em litígios que envolvessem entidades publicas. O assunto deu muita discussão na comissão, com o PSD a defender uma solução mais próxima do que se passa atualmente: o deputado-advogado não pode, mas a sociedade em que trabalha pode, desde que ele não esteja envolvido.

Na votação na especialidade, o PS acabou por retirar a sua proposta e abster-se na votação da formulação defendida pelo PSD que foi a aprovada. Mas, agora, volta a voltar atrás.

“Vamos ter o alargamento á totalidade da sociedade, sendo que existe a figura da suspensão de quota do sócio para que a sociedade não fique na situação de prejuízo, mas garantindo também que há incompatibilidade no mandato quando houver qualquer litígio com uma entidade publica”, defende Pedro Delgado Alves.

Também o líder parlamentar do PS, Carlos César, entende que “não se justificam” os receios do PSD e que, por isso mesmo, “o PS confirmará a proposta inicial que apresentou”.

Comentários
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  • José Joaquim Cruz Pinto
    12 abr, 2019 Ílhavo 06:38
    É absolutamente evidente que esta é a única posição racional e minimamente digna de gente honesta e de princípios. Os meros agentes de escritórios de advogados devem até ser explicitamente BANIDOS de tomar assento no Parlamento, única forma de "garantir" (muito deficientemente, aliás) que não vão lá defender quaisquer interesses meramente privados.
  • Cidadao
    11 abr, 2019 Lisboa 16:06
    É curto. Melhor seria escritórios de advogados exclusivamente ao serviço do Estado, e deputados-advogados 100% impossibilitados de actuar contra ou a favor do Estado pelo menos enquanto deputados. Como deputados, têm acesso a dossiers e informações que "advogados normais" não têm. Elaboração de Leis e defesa do Estado em Tribunal, só por advogados 100% envolvidos no Estado. Mas pelo menos, melhorou um pouco em relação à escandaleira que era a última proposta.

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