25 abr, 2019 - 11:23 • Eunice Lourenço
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O PSD acusa o Governo de ter uma “prática binária”, com um discurso interno “panfletário” diferente do que tem em Bruxelas, onde continua a querer manter o estatuto de “aluno aplicado” e apontou as “incontáveis contradições” entre o discurso da “troika coligativa” e a realidade do país.
Num discurso em que enalteceu as conquistas de Abril, o deputado Pedro Roque apontou os prejuízos da atual maioria e garantiu que o seu partido está empenhado em construir uma alternativa ao atual governo.
“Defendemos como caminho para o desenvolvimento do país a economia social de mercado. Conjugando competitividade e liberdade empresarial, com justiça social. Fomentando o cumprimento do papel do Estado na minimização de desigualdades e maximização de oportunidades”, prometeu o deputado, que disse “olhar com apreensão” o futuro de Portugal. “Não gostaríamos de voltar a ver Portugal sujeito a ajuda financeira externa, tal como sucedeu em 2011”, afirmou.
“Verificamos que toda a ‘ciência governativa’ se resumiu ao exercício de uma gestão corrente adequada aos interesses de uma agenda tática, por forma a garantir a sobrevivência da coligação parlamentar. Compreende-se, mas é contraproducente”, afirmou Pedro Roque, que acusou o Governo de fazer “uma navegação de cabotagem, sem ousadia reformista” e sem reformas estruturais.
Pedro Roque deu exemplos de vários setores: a justiça que “não deixou de ser morosa”, as queixas do Serviço Nacional de Saúde que têm aumentado, os salários “baixos e insatisfatórios”, a descentralização que não passou do papel, a sustentabilidade da Segurança Social que “continua ameaçada de morte a prazo”, a carga fiscal que não baixa, a “conflitualidade laboral e greves sem precedentes”.
No seu discurso nesta sessão solene, Pedro Roque também fez questão de enviar um recado direto a um dos assuntos de momento. “Estamos seguros de que os repudiarão qualquer governo que ouse administrar a ‘coisa pública’, fazendo uso daquilo que pertence a todos como se se tratasse de uma propriedade de qualquer partido. Rejeitamos que critérios ‘clubistico-partidários’ ou de nepotismo familiar se sobreponham ao mérito e ao interesse coletivo”, afirmou Pedro Roque, apelando a todos os políticos para que honrem Portugal e causem orgulho nos portugueses.