28 abr, 2019 - 12:47 • Hugo Monteiro , Rui Barros
Nuno Melo, cabeça de lista do CDS às eleições europeias, acusa o Bloco de Equerda de ser a destruição “dos valores éticos e morais que devem estruturar uma sociedade decente” e volta a sair em defesa do Vox, o novo partido espanhol, reafirmando que não vê razões para este ser catalogado como de “extrema-direita”.
Questionado pelos jornalistas sobre a ideia defendida por Catarina Martins de proibir deputados de fazerem parte de sociedades de advogados, Nuno Melo saiu ao ataque, recordando os cânticos polémicos do Bloco de Esquerda no desfile do 25 de Abril.
“A Catarina Martins deveria começar por comentar a enorme vergonha para mim, enquanto português, de se apresentar em manifestações cantando, rindo e batendo palmas, enquanto pede a morte de chefes de Estado eleitos democraticamente de países amigos como é o caso do Brasil”, respondeu Nuno Melo, em referência aos cânticos entoados por membros do Bloco de Esquerda, que cantaram: “Ó meu rico Santo António! Ó meu Santo Popular! Leva lá o Bolsonaro para ao pé do Salazar“.
Para Nuno Melo, a atitude dos membros do Bloco de Esquerda é intolerável. “O Bloco de Esquerda significa para mim a destruição de muitos dos valores éticos e morais em que eu fui criado e que acho que devem estruturar uma sociedade decente”, acrescentou o cabeça de lista centrista, durante uma ação de limpeza de uma praia, no Porto.
“Porque dizem que o Vox é radical? Por ser contra o aborto?
Em dia de eleições Espanholas, o centrista reafirmou ainda não compreender a razão porque o partido Vox ser classificado como de extrema-direita.
“Se lerem o programa do Vox perceberão que é basicamente uma divergência do Partido Popular espanhol (PP). O líder do Vox era do PP. E, portanto, as diferenças não são tão nítidas como alguma comunicação social quer colocar”, disse Nuno Melo aos jornalistas.
O candidato do CDS-PP apontou para o caso de outro partido espanhol, o Podemos, questionando as razões porque é que esse partido não é também rotulado como extremista. “Curiosamente não tratam o Podemos como uma força de extrema-esquerda. Convinha que definíssemos os pressupostos para então podermos catalogar os extremismos”, argumentou Nuno Melo.
“Porque dizem que o Vox é radical? Por ser contra o aborto? Ou porque pede a revisão do sistema de autonomias que hoje existe? Eu gostava de recordar que em muitos países socialistas na União Europeia o abroto é proibido. Nesses países esses partidos não são radicais. Mas o Vox é, porque defende a proibição do aborto”, acrescentou ainda.
Sobre a possibilidade deste partido espanhol integrar a família europeia a que o CDS e o PSD pertencem, o PPE, Nuno Melo não descarta a hipótese. “Eventualmente. Como sabe, a adesão dos partidos aos grupos políticos depende de candidaturas e de uma aceitação de quem integra esse partido político. Não faço neste momento a mínima ideia, mas o que me preocupa é o CDS”, disse.