01 mai, 2019 - 18:59
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) considerou esta quarta-feira que o parlamento tem "decisões importantíssimas" a tomar em termos laborais antes do final da legislatura, esperando que o 1.º de Maio seja um "momento de assumir compromissos".
"Este é o 1.º de Maio do final desta legislatura, e nós temos no parlamento decisões importantíssimas para quem trabalha a serem tomadas, alterações ao Código do Trabalho", afirmou Catarina Martins, referindo que "a economia em Portugal tem crescido mais do que os salários", mas "a precariedade permanece".
Falando aos jornalistas à porta da sede nacional do partido, antes de integrar o desfile que assinala o Dia do Trabalhador, em Lisboa, a líder do BE sustentou que é preciso "alterar o Código do Trabalho e proteger a contratação coletiva", para que todos os salários no país "possam subir, para combater as desigualdades, e é nesse trabalho que o Bloco de Esquerda está muito empenhado".
"E esperamos que este 1.º de Maio seja um momento de assumir compromissos e, eu diria, todas as forças políticas assumirem esta necessidade do nosso país de respeitar quem vive do seu trabalho, de valorizar todos os salários, de combater a precariedade, de combater os horários longos demais para os salários curtos demais", frisou.
Falando especificamente sobre a precariedade, antes de integrar a marcha promovida pela CGTP, Catarina Martins referiu que Portugal tem uma lei que permite tal prática, bem como "muita impunidade".
"Os patrões não são punidos como deviam ser punidos quando usam a precariedade de uma forma ilegal", criticou.
Neste sentido, disse que o BE luta "para que a lei em si seja mais restritiva" e para "acabar com a impunidade dos patrões".
"Durante o mês de maio, o parlamento tem a oportunidade de fazer a diferença", defendeu, garantindo que "o Bloco de Esquerda não vai faltar no combate à precariedade, não vai faltar no combate pela contratação coletiva, não vai faltar no respeito pelos trabalhadores por turnos e trabalho noturno", nem para "acabar com a impunidade dos patrões".
"É preciso saber onde estará cada um dos partidos", vincou.
Catarina Martins foi questionada sobre a situação dos professores, referindo que o "Governo descongelou uma parte do tempo de serviço, mas não cumpriu o que tinha sido aprovado no Orçamento do Estado, que era fasear todo o descongelamento".
O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse na terça-feira, no parlamento, que a contagem de todo o tempo de serviço dos professores representaria "o maior aumento de despesa desta legislatura" e iria abrir "uma caixa de Pandora" sobre a recuperação do passado nas carreiras.