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1º de Maio

UGT garante que não aceita "mexidas na Lei da Greve"

01 mai, 2019 - 18:42 • Lusa

A montanha de expetativas com o Governo de esquerda acabou por “parir um rato”, lamenta Carlos Silva.

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A UGT garantiu esta quarta-feira que não aceita "mexidas na Lei da Greve", apelando a que os novos sindicatos "mais agressivos e descontrolados" não levem o parlamento a "embalar" na restrição dos direitos dos trabalhadores.

A discursar em Braga, no encerramento das comemorações do 1.º de Maio, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, declarou que a "UGT é independente" em relação aos partidos políticos que disse "respeitar" mas não tem "medo de lutar contra quem quer que seja que esteja" no Governo.

"É preciso que o surgimento destes processos reivindicativos mais agressivos e descontrolados consciencializem os empregadores de que há que valorizar os sindicatos tradicionais, que apostam na negociação e no diálogo (...) e por isso não podemos aceitar que os partidos se disponham a discutir a Lei da Greve, devido a este fenómeno dos novos sindicatos", explicou Carlos Silva.

"Esperemos que estes novos acontecimentos não embalem o Parlamento para restringir os direitos dos trabalhadores (...) E isso basta para dizermos ao país: Não aceitamos mexidas na Lei da Greve. Ponto final", garantiu.

O líder da CGTP referia-se assim ao surgimento de novos sindicatos "com outro grau de agressividade e de mobilização" não filiados nas centrais sindicais, que, disse, surgem num "cenário à escala global, sobretudo na Europa, como resultado de uma crise de valores, da crescente individualização das relações de trabalho".

Em jeito de exemplo, Carlos Silva questionou mesmo que quando as expectativas em 2015 foram colocadas tão alto, com a esquerda a liderar o parlamento, "a montanha acabou por parir um rato" não tendo havido crescimento salarial ao nível europeu.

"Se nos últimos anos o clima económico foi de crescimento e de retoma da confiança, e não houve condescendência por parte do Governo, o que esperar no futuro perante uma tendência para o arrefecimento da economia? Se no tempo das vacas gordas não há aumentos salariais é nas vacas magras que os trabalhadores vão ser aumentados?", questionou.

Ao Governo e aos professores, sem referir o nome da classe, Carlos Silva deixou um recado. "A nossa central sindical está ao seu lado na defesa da contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão nas carreiras, de valorização dos seus salários e de dignificação das suas pessoas enquanto profissionais ao serviço de todos os cidadãos", afirmou.

A CGTP, outra central sindical, também não ficou esquecida: "Quem é que assinou o acordo de concertação social? Os mesmos de sempre, a UGT, os patrões e o Governo. Os camaradas do costume, que estão sempre na concertação social, aparecem na televisão mas não assinam acordos, não estabelecem compromissos, criticam a UGT por assinar acordos", apontou.

Acordos esse que a UGT assina, disse Carlos Silva, para "o diálogo social, defender compromissos, a paz social, a estabilidade" governativa e social.

"Os trabalhadores portugueses não são mansos, querem acreditar na palavra dos sindicatos e os da UGT dão aos trabalhadores garantias de estabilidade", salientou.

O sindicalista terminou com um apelo à participação nas eleições europeias de 26 de maio e aos partidos políticos.

"A UGT exorta os partidos políticos candidatos às eleições europeias a valorizarem e a defenderem o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, onde emerge a necessidade de podermos 'desligar do trabalho', de conciliar a vida profissional com a vida pessoal e privada, onde as questões sociais, tão assentes no modelo social europeu, não sejam uma mera miragem do que este já foi", pediu.

Comentários
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  • Professor
    01 mai, 2019 5 de out 21:00
    Ai a UGT está ao lado dos professores na contagem integral do tempo de serviço? Então tem uma maneira sui generis de mostrar isso, que é não fazer nada. Nada a não ser declarações palavrosas e vazias, em dia de 1º de Maio. O costume nos Sindicatos do Regime, controlados pelos partidos do Sistema, e de luta mansinha, feita de manifs inofensivas, declarações na TV, e greves de 1 dia que mais não são que entregar 1 dia de salário ao governo/Patronato, que nem esse dia eles, Sindicatos, pagam ...
  • Trabalhador
    01 mai, 2019 Grupo dos roubados 20:52
    UGT: uns vendidos que a coberto do "diálogo", do "entendimento", da "negociação", traíram os trabalhadores que diziam defender, assinando "acordos" de "concertação" social, à revelia do desejado pelos próprios associados e tal facto não foi nem esquecido, nem apagado pela demissão do traidor Proença - que tanto andou que não ficou desempregado, já está instalado na ADSE. Acham mesmo que alguém confia em vocês, quando falam em defender os trabalhadores?
  • Sindicalizado
    01 mai, 2019 Sindico 19:43
    Estás é acagaçado de a UGT se tornar irrelevante, pelo abandono dos associados que vêem nos novos sindicatos uma entidade que luta por eles e não por agendas partidárias e tempos de antena na TV ...

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