03 mai, 2019 - 20:28
José Mourinho e Guardiola , quando treinavam o Real Madrid e Barcelona, discutiam mais as táticas das suas equipas do que os partidos da oposição "discutiram a educação em Portugal, em conjunto", acusa o ministro das Finanças, Mário Centeno, em entrevista à SIC.
O ministro das Finanças considera que a aprovação do tempo integral da carreira dos professores, em sede de especialidade, foi uma "irresponsabilidade" de 800 milhões de euros anuais por parte de PSD, CDS, Partido Comunista e Bloco de Esquerda (BE).
O governante argumenta que a medida não estava prevista nas posições conjuntas assinadas pelo Governo com PCP e BE, nem nos programas eleitorais dos principais partidos, considerado que a esquerda se deixou ultrapassar pela direita na votação de quinta-feira.
"Democracia e demagogia só têm as primeiras três letras em comum, tudo o resto é distinto e o que vimos ontem no Parlamento... aqueles partidos não tinham preparado o trabalho na comissão parlamentar de educação", atira Mário Centeno.
"Eu arrisco até dizer que Mourinho e Guardiola quando treinavam o Real Madrid e Barcelona discutiam mais as táticas das suas equipas do que aqueles partidos discutiram a educação em portugal em conjunto, não têm nada a ver uns com os outros", sublinha.
O responsável pela pasta das Finanças acusa a oposição de "taticismo total e absloluto. sem cuidar do futuro dos portugueses, sem cuidar sequer do futuro da carreira dos professores".
A reposição do tempo de serviço dos professores foi aprovada sem revelar os impactos da medida nas contas públicas, disse. "Foi espetáculo triste para a democracia", referiu Centeno.
O ministro sublinha que “nenhum partido colocou esta matéria no seu programa eleitoral" e considera que estamos perante "uma falta de respeito pelos portugueses".
Mário Centeno conclui que a contagem integral do tempo de serviço dos professores é um "diploma irresponsável, que esconde a despesa" e empurra problema para o futuro, equivalente a um "princípio da irresponsabilidade financeira".
O primeiro-ministro, António Costa, ameaçou esta sexta-feira com a demissão, caso do diploma seja aprovado em votação final global do Parlamento.
Mário Centeno garante que o Governo está "tranquilo", com "consciência de que fizemos o que tínhamos de fazer e é preciso clarificação em relação aos objetivos deste diploma e do futuro do equilíbrio financeiro do país”.