04 mai, 2019 - 10:32 • Redação
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O líder da UGT, Carlos Silva, não compreende a carga dramática dada por António Costa à atual divergência com os partidos da oposição, por causa da recuperação das carreiras dos professores.
Costa ameaçou, na sexta-feira, que o Governo poderá demitir-se caso a lei seja aprovada pelo Parlamento, e acusa os partidos de falta de gratidão e de irresponsabilidade.
Questionado este sábado pela Renascença, o líder da UGT, Carlos Silva, diz que o primeiro-ministro está a tentar obter vantagens eleitorais.
“É uma medida justa, que se impunha. Assim não entendeu o primeiro-ministro”, começa por dizer Carlos Silva.
“Naturalmente não compreendemos este dramatismo, porque estamos a poucos meses das legislativas. O primeiro-ministro terá entendido que dramatizando esta questão poderá demonstrar ao país que, por ventura, a decisão em relação a defender exclusivamente os trabalhadores da administração pública, poderá trazer resultados eleitorais positivos.”
Mas para Carlos Silva, o resultado desta crise política tem sido o isolamento de Costa.
“A verdade é que esta obstinação levou a um isolamento do PS e do Governo, até das duas centrais sindicais. Veja bem a convergência! É neste caldinho de emoções que o primeiro-ministro ontem entendeu tomar esta decisão, que eu acho que é uma decisão drástica. Mas de qualquer forma, falar de crise política é um pouco exagerado.”
Caso a crise se desenrole e acabe mesmo por levar à demissão do Governo, o jornal “Público” diz que o cenário preferido pelo PS é de se realizarem eleições legislativas em meados de julho.