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Jerónimo acusa Costa de “calculismo eleitoral”

04 mai, 2019 - 12:50 • Redação

António Costa ameaçou com a demissão do Governo caso o Parlamento aprove a lei dos professores. O líder do PCP diz que não entende a “dramatização”.

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Jerónimo de Sousa acusa António Costa de “calculismo eleitoral” na ameaça de o Governo se demitir caso o Parlamento aprove a lei que prevê a recuperação total do tempo de carreira dos professores.

O PCP, juntamente com todos os partidos da oposição, votou favoravelmente a proposta, e diz que não compreende a dramatização feita pelo Governo agora.

“Ainda não consegui perceber a totalidade da dramatização do Governo. Mas que não seja por isto que o Governo venha procurar a sua demissão. Não é um argumento credível, porque era possível outra solução.”

Para o líder comunista a postura de António Costa não passa de eleitoralismo cínico.

“O Governo pode estar com calculismo eleitoral, diga ao que vem e o povo português depois responderá”, pede Jerónimo de Sousa, que falou aos jornalistas à margem de uma ação de campanha no Barreiro.

"O PCP está aqui para construir. Está sempre disponível para dar uma contribuição para que se continue uma política de avanços, de reposição de direitos, da procura da luta por uma vida melhor dos portugueses. Com isso estamos sempre disponíveis para considerar sem limite esta caminhada. Se é para andar para trás, obviamente não acompanharemos", frisou Jerónimo de Sousa, "mantemos este posicionamento e disponibilidade, não podem é impor ao PCP que abdique das suas opções e do seu primeiro e principal compromisso que é do lado de quem trabalha, de quem trabalhou, do lado do povo português".
Além disso, na visão de Jerónimo de Sousa, o Governo não está a considerar uma ideia central da proposta do PCP, que é o faseamento, enganando a opinião pública "quando diz que os professores querem tudo de uma vez".

"Vêm com o argumento que os professores querem tudo ao mesmo tempo, mas o que esses setores reivindicam é o início de um processo de negociação de uma forma faseada, não é tudo ao mesmo tempo. O PCP tem uma proposta concreta em que num ano, dois, três ou até cinco, se for necessário, isso deve ser reposto", sublinhou.

Na sexta-feira, numa primeira reação, Jerónimo de Sousa já tinha desvalorizado a ameaça de Costa, dizendo que uma eventual demissão seria "problema do Governo".

[Notícia atualizada às 13h45]

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