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Rio diz que pedir ao PS para votar travão financeiro é como “pedir ao peru que vote a favor do Natal”

09 mai, 2019 - 20:16 • Redação com Lusa

Presidente do PSD assume também "ambição" de vencer eleições europeias, mesmo que seja preciso subir “13, 14 ou 15%”.

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O presidente do PSD disse esta quinta-feira não esperar que o PS vote a favor do “travão financeiro” para a recuperação do tempo integral dos professores, considerando que seria “como pedir ao peru para votar a favor do Natal”.

No encerramento da convenção temática do Conselho Estratégico Nacional do PSD dedicada aos Assuntos Europeus, Rui Rio voltou a referir-se à ameaça de demissão do primeiro-ministro, António Costa, como “um golpe de teatro” para “abafar a campanha das europeias”.

“Amanhã [sexta-feira] teremos o penúltimo ato da peça de teatro, com a votação do travão financeiro. Pedir ao PS que vote a favor de uma cláusula que vise pôr um travão financeiro é a mesma coisa que pedir ao peru para votar a favor do Natal. Por isso, não tenho grandes expectativas”, afirmou”, perante risos da plateia.

Para o presidente do PSD, o “último ato da peça de teatro” acontecerá nos próximos dias, com o aparecimento de uma sondagem a dizer “que correu muito bem e vão ganhar as eleições”.

Rui Rio referia-se à votação final global, na sexta-feira, do texto final da apreciação parlamentar do diploma do tempo de serviço dos professores, que deverá ser rejeitada por PS, PSD e CDS, caso se confirme a reprovação das cláusulas de salvaguarda financeira proposta pelos sociais-democratas.

O líder do PSD acusou Costa de “défice de sentido de Estado”, considerando que a obrigação de um primeiro-ministro é garantir a estabilidade e evocou o seu antecessor, Pedro Passos Coelho.

“Em período económico muito difícil, o primeiro-ministro Passos Coelho fez exatamente o contrário”, realçou, recebendo um forte aplauso dos apoiantes.

No encerramento da convenção do CEN, o ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional Miguel Poiares Maduro – que aceitou, simbolicamente, ser o último da lista do PSD às europeias – também se referiu aos acontecimentos dos últimos dias.

“Um empresário que foge aos impostos não é um empresário de sucesso, mas um aldrabão; quem sabe de crime e não denuncia é um cobarde; um futebolista que cava um penálti é um batoteiro. Um político que inventa factos e se move apenas oportunismo nunca será um político de sucesso, será um homem sem princípios com ocasional sucesso político”, afirmou.

Poiares Maduro acusou o PS e o atual Governo de serem “os campeões do Photoshop” por continuarem a ‘apagar’ as referências ao executivo de José Sócrates.

“Ouvir o PS falar de responsabilidade orçamental é o mesmo que ouvir um pirómano apresentar um plano de combate aos incêndios”, acusou, manifestando estranheza por António Costa exigir à oposição uma responsabilidade que “diz nunca ter esperado daqueles que escolheu para parceiros de governação”.

Na semana passada, na comissão de Educação, PSD, CDS-PP, BE e PCP isolaram o PS e aprovaram o princípio de que os professores terão direito à recuperação da totalidade do tempo no período em que houve congelamento.

Perante este passo, o primeiro-ministro, António Costa, numa declaração ao país, na sexta-feira, ameaçou demitir-se caso esse diploma seja aprovado em votação final global, alegando ser "injusto" socialmente e "insustentável" do ponto de vista financeiro.

Rio assume "ambição" de vencer eleições, mesmo que seja preciso subir “13, 14 ou 15%”

O presidente do PSD, Rui Rio, assumiu hoje que o partido vai para as eleições europeias “com ambição” de ganhar, mesmo que tal implique subir “13,14 ou 15%” em relação a 2014.

No encerramento da convenção temática do Conselho Estratégico Nacional do PSD dedicada aos Assuntos Europeus, Rui Rio situou a votação dos sociais-democratas em 2014 – que em coligação com o CDS-PP foi de 27,7% - na casa dos 19 ou 20%”.

“Nós não vamos para eleições para subirmos muito, nós vamos para eleições para ganhar. Para ganhar temos que subir 13, 14 ou 15%. E eu estou convencido que da forma como a campanha está a correr – teve este interlúdio, mas vai continuar depois dos próximos atos – e estou convencido que vamos para as eleições com a ambição de ganhar”, apontou.

O “interlúdio” a que Rio se referia foi a crise política dos últimos dias, depois de o primeiro-ministro ter ameaçado demitir-se, caso o parlamento aprovasse na sexta-feira, em votação final global, a recuperação integral do tempo de serviços dos professores.

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