10 mai, 2019 - 13:34 • Agência Lusa
PSD e CDS-PP foram acusados esta sexta-feira pelas bancadas parlamentares mais à esquerda de “traição” aos professores, por votarem contra a recuperação integral do tempo de serviço congelado aos docentes, com Fernando Negrão a responder que os sociais-democratas “não suportam o PS”.
Em declarações em plenário, antes e depois da rejeição em votação final do diploma, BE, PCP e Verdes acusaram o PSD e o CDS de terem recuado em relação às votações na especialidade, com o PS a criticar sociais-democratas e democratas-cristãos por terem tentado “enganar todos”.
“Não aprovámos as cláusulas da direita que servem apenas para enganar todos ao mesmo tempo, dizendo a uns que pagam tudo e dizendo aos outros que não custa nada”, criticou o socialista Porfírio Silva.
Em resposta às críticas dos partidos mais à esquerda, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, afirmou: “Nós não suportamos o PS”, numa frase que pode ter o duplo sentido de apoiar em termos parlamentares, mas também de tolerar.
Esta frase levou Porfírio Silva a acusar Negrão fazer uma “proclamação de ódio” a outro grupo parlamentar e acusou-o de não defender a sua bancada.
“O que é mais espantoso neste caso é que o senhor deputado Fernando Negrão não saiba fazer respeitar a honra não só do seu grupo parlamentar, mas deste parlamento. Como dizia o seu antecessor [Hugo Soares], Rui Rio sempre que tem uma aflição culpa o grupo parlamentar, e o seu líder vem aqui defender aqueles que o humilham”, criticou.
Já o PAN - Pessoas, Animais e Natureza, que se absteve na votação da reposição integral do tempo de serviço dos professores, criticou a forma como a carreira dos docentes foi utilizada “como arma de combate político e eleitoral” entre partidos.
Numa declaração de voto hoje apresentada na sessão plenária, o único deputado do partido, André Silva, lamentou que “a negociação sindical com o Governo tenha perdido a sua centralidade para o Parlamento” e que o executivo “não tenha conseguido encontrar uma solução negocial que garanta a estabilidade social e laboral e cumpra os compromissos assumidos com os docentes”.