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Rio discorda de Marcelo. "Crise não está só à direita, está no regime todo"

01 jun, 2019 - 17:46 • Lusa

Líder do PSD defende que o "problema é transversal", porque existe um "descrédito muito grande de todo o sistema partidário".

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O líder do PSD, Rui Rio, discorda da análise do Presidente da República sobre a possibilidade de uma crise na direita portuguesa, considerando-a uma visão "otimista" e "superficial", já que a crise é "transversal" ao regime.

"A crise não está só à direita, a crise está no regime comum todo. Neste momento está à esquerda no poder e portanto disfarça à esquerda. Mas o problema é transversal, nós temos uma crise efetiva de regime, com um descrédito muito grande de todo o sistema partidário, não é à direita nem à esquerda", declarou.

Rui Rio, que falava aos jornalistas à margem da Convenção Nacional de Relações Externas e Defesa Nacional do Conselho Estratégico Nacional (CEN), em Albufeira, defendeu que o regime e o sistema partidário precisam de ser revitalizados e que os portugueses estão descontentes com os partidos "como um todo".

Para o presidente do PSD, se este "fosse só um problema do PSD, ou do CDS, ou da direita", haveria possibilidades de, "com facilidade, revigorar a democracia, porque era só parte da democracia que estava em causa", o que, afirmou, não é o que se verifica.

"O PSD tem de ser revitalizado, o CDS também, mas o PS, quando deixar o poder, e os partidos mais à esquerda quando deixarem de ter influência no poder, os portugueses verão que, infelizmente, a crise é transversal", referiu.

Segundo Rui Rio, perceber que portugueses estão descontentes com o sistema partidário em geral "é o primeiro passo para poder resolver as coisas", de contrário "é o primeiro passo para ficar tudo na mesma, ou pior".

O Presidente da República considerou na sexta-feira que "há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos" e defendeu que, num contexto destes, o seu papel "é importante para equilibrar os poderes".

Marcelo Rebelo de Sousa comentava os resultados das eleições europeias de domingo numa intervenção em inglês, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, declarando que Portugal tem agora "uma esquerda muito mais forte do que a direita" e que "o que aconteceu à direita é muito preocupante".

Comentários
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  • ze
    02 jun, 2019 aldeia 09:13
    Falou VERDADE...................este regime está podre,não temos governantes,temos politicos que se governam e nada fazem para desenvolver este país e muito menos o povo,os jovens continuam a emigrar,os velhos continuam numa vida de miséria,só há dinheiro para os bancos ,e agora para a classe de juizes,até parece que estes politicos têm medo da justiça,mas até esta funciona mal,nunca são presos .
  • Cidadao
    01 jun, 2019 Lisboa 19:15
    É transversal a todos os partidos, mas de momento o PS está à frente por larga margem, enquanto o PSD é pouco menos que irrelevante. O PSD paga caro o preço não só do que fez, a governar contra as pessoas nos 4,5 anos do ultimo governo, onde, a coberto das exigências da Troika, Passos Coelho tentou dissimuladamente, meter à força um modelo de sociedade, que a Sociedade Portuguesa rejeita, como por ter arranjado um líder provinciano, incapaz de pensar o País como um todo, refugiado em desculpas, até às Europeias sempre ansioso por um bloco central / centrão de interesses, e claramente subordinado ao PS. Agora diz que "o problema é de todos os partidos" ... Mas é o PSD que vai muito atrás e prestes a ser irrelevante. Se o PSD não é alternativa ao PS, então é uma cópia do PS. Quem vai votar na cópia, quando existe o original?

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