09 jun, 2019 - 17:55 • Susana Madureira Martins
O Presidente da República não comenta, mas mantém-se "atento" ao andamento da lei de bases da saúde. Não comenta a conferência de imprensa deste domingo da líder do Bloco de Esquerda a desafiar o PS, mas espera que "até julho" possa receber o texto do parlamento.
Marcelo Rebelo de Sousa foi abordado pelos jornalistas em Portalegre, após a visita ao Museu da Tapeçaria, e preferiu falar de todos os diplomas, incluindo a lei de bases da saúde, que se encontram na Assembleia da República à espera de seguirem o processo legislativo.
"Devem ser umas três dezenas que ainda estão na Assembleia", calcula o Presidente da República "entre três e quatro dezenas" e "estando nas mãos dos senhores deputados", Marcelo prefere não se "pronunciar".
Preferiu, isso sim, referir todos os passos dessas leis que "chegarão, ou não, a Belém, daqui a umas semanas, daqui a um mês ou logo a seguir, e quando chegarem uma a uma" promete examinar e decidir sobre cada uma delas.
Marcelo Rebelo de Sousa indiciou uma certa pressa em receber os diplomas que estão no parlamento, referindo mesmo que tem tentado examinar e decidir "com alguma rapidez" sobre leis que recebe, salientando que recebeu "esta semana três ou quatro e que foram promulgadas", mas "o trabalho parlamentar tem o seu ritmo".
Esse ritmo, diz o Presidente, "significa que ainda haverá votações a fazer, há depois redações finais a fazer, publicação em diário da Assembleia da República (AR), prazo para reclamação e fechando os trabalhos na AR daqui a um mês, uma semana ou duas", justificando que "isso significa que haverá diplomas que chegarão" a Belém "no final de julho".
E Marcelo espera mesmo que seja em Julho e "não no princípio de agosto" e "outras mais cedo", e aí então dirá qual é a decisão. Uma coisa garante o presidente: é que está "atento a todas as leis, há umas que são mais faladas, outras as pessoas não imaginam, mas são igualmente importantes".
Marcelo e os professores: "a sua cara não me é estranha"
O Presidente da República falava no átrio do Museu da Tapeçaria de Portalegre, que visitou no âmbito das comemorações do 10 de junho que este ano se realizam nesta capital de distrito. Foi, de resto, à entrada do Museu que Marcelo Rebelo de Sousa se deparou com uma micro-manifestação de professores do Sindicato Nacional de Profissionais da Educação (SINAPE).
Marcelo vinha acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e de todo o corpo diplomático com quem tinha acabado de almoçar no Convento de Santa Calara. Ao virar da esquina tinha seis manifestantes a quem se dirigiu logo com um "a sua cara não me é estranha", provocando um momento de descontração, que levou logo um dos elementos do protesto a pedir-lhe uma fotografia ao seu lado.
Estes professores tinham vestida uma t-shirt com a reivindicação da contagem integral do tempo de serviço de nove anos, quatro meses e dois dias, número que Marcelo diz que repete "a meio da noite, nove, qautro, dois, nove, quatro, dois" e que "nunca" esquece.
As camisolas dos manifestantes tinham um "não desistimos" inscrito a vermelho e outras "professores têm a sua polivalência", com Marcelo a pedir para lhe mandarem "essa camisola", uma que o Presidente diz que ainda não tem.
E depois lá entrou pelo novo Museu da Tapeçaria, um "símbolo de Portalegre" e "o que há de melhor na arte portuguesa contemporânea", nas palavras de Marcelo.