30 jul, 2019 - 12:06 • Redação
Para já, o Governo mantém-se em silêncio sobre o caso a envolver o secretário de Estado da Proteção Civil. Contactado pela Renascença, o Ministério da Administração Interna (MAI) não comenta, por enquanto, as notícias que dão conta de que o filho de José Artur Neves é sócio de uma empresa que terá celebrado três contratos públicos, já depois de o pai ter ido para o Governo.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, cancelou agenda pública para esta terça-feira.
Segundo a lei das incompatibilidades, a família direta de um titular de cargo político não pode prestar bens ou serviços ao Estado.
Ao “Observador”, o secretário de Estado disse desconhecer “a existência de qualquer incompatibilidade neste domínio”, como desconhecer “também a celebração de tais contratos”.
CDS quer explicações
O CDS-PP exige explicações públicas urgentes do ministro da Administração Interna sobre a questão da eventual incompatibilidade do secretário de Estado da Proteção Civil por o seu filho ter feito contratos com o Estado.
"O silêncio do Governo é inadmissível. O ministro tem de vir dar explicações o mais rapidamente possível" perante a "sucessão de casos" na área da administração interna que deixa o ministro "fragilizado", afirmou à agência Lusa o dirigente e deputado centrista Telmo Correia.
Para o parlamentar do CDS, o Governo e o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, têm que vir rapidamente esclarecer se consideram que o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, está ou não em incompatibilidade face às últimas notícias, do Observador e do Jornal de Notícias.
"Este caso tem que ser esclarecido, e já, pelo Governo", insistiu Telmo Correia, juntando, a este caso, a notícia da carta do presidente da SIRESP ao ministro Eduardo Cabrita, noticiada pela TSF, em que critica o relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para apresentar soluções para as comunicações de emergência em Portugal.
Esta nova polémica surge numa altura em que a Secretaria de Estado está envolvida na polémica relacionada com os kits de autoproteção contra incêndios no âmbito do programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras” que já levou à demissão do seu adjunto Francisco Ferreira.