27 ago, 2019 - 11:31 • Redação com Lusa
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Paulo Rangel (PSD), Marisa Matias (Bloco de Esquerda) e Nuno Melo (CDS) recebem com satisfação a notícia da escolha de Elisa Ferreira para o novo colégio de comissários europeus. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também já deu os parabéns.
"O Presidente da República felicitou pessoalmente a Professora Doutora Elisa Ferreira, pela sua designação pelo Governo português como Membro da Comissão Europeia para o mandato 2019-2024", refere uma nota publicada no site da Presidência.
Em declarações à Renascença, o eurodeputado do PSD Paulo Rangel fala numa "boa escolha". “Elisa Ferreira tem experiência executiva, é uma pessoa competente e tem uma boa rede europeia”, refere o social-democrata.
“De saudar ainda o facto de, pela primeira vez, Portugal ter uma mulher na Comissão Europeia”, acrescenta.
Quanto ao pelouro que deveria ser atribuído a Elisa Ferreira, Paulo Rangel identifica três áreas para as quais considera que está preparada: a área “económica, financeira e ligada à Zona Euro; a área ambiental e de planeamento, na qual tem experiência executiva em Portugal; e eventualmente o desenvolvimento regional e os fundos, que penso que para Portugal não seria a pasta mais interessante, pelo contrário”.
“Que tenha arte, saber e sorte”, diz Rio
O presidente do PSD considera que a escolha de Elisa Ferreira “é uma boa escolha, como podiam ser muitas outras personalidades portuguesas”.
Rui Rio alinha com Paulo Rangel nas áreas em que poderá ter melhor desempenho: “economia, ambiente e desenvolvimento regional, por aquilo que é o perfil dela”.
“Esperemos que lhe seja atribuída uma pasta importante para Portugal e que tenha arte, saber e sorte no desempenho da função”, deseja ainda o líder social-democrata, nestas declarações à Renascença.
“Terá um papel importante”, diz Marisa Matias
A eurodeputada do Bloco de Esquerda descreve Elisa Ferreira como uma pessoa respeitada nas instituições europeias e com grande capacidade de trabalho.
“Tive a oportunidade de trabalhar com a Elisa Ferreira na comissão de assuntos económicos e monetários, onde convergimos muitas vezes na crítica à política de austeridade e à política económica e monetária europeia, e divergimos também profundamente em relação a alguns dossiers, nomeadamente o pacote da governação económica”, recorda Marisa Matias, em declarações à Renascença.
A bloquista espera, contudo, que a futura comissária portuguesa “seja uma voz muito forte contra a política de destruição dos serviços públicos e a desregulação do mercado de trabalho que tem vigorado na União Europeia”, apesar de reconhecer que não será tarefa fácil num executivo liderado por Ursula von der Leyen.
Uma coisa é certa: “Elisa Ferreira é uma pessoa absolutamente respeitada em Bruxelas nas diferentes instituições e esteve à frente de dossiers importantes; tem muita experiência e conhece muito bem os meandros das instituições europeias”, refere Marisa Matias, assegurando que Elisa Ferreira “não é, seguramente, uma desconhecida”, mas sim “alguém cujo trabalho teve repercussões” na União Europeia.
“Uma escolha de excelência e de competência”, diz PS
A secretária-geral do Partido Socialista, Ana Catarina Mendes, congratulou-se esta terça-feira com a escolha de Elisa Ferreira para comissária europeia, considerando ser um prestígio para Portugal na União Europeia.
"A escolha de Elisa Ferreira é uma escolha de excelência e de competência que prestigia o país. Elisa Ferreira tem um percurso de rigor, de excelência e de competência e, por isso, prestigiará Portugal na União Europeia", aponta Ana Catarina Mendes à agência Lusa.
“Portugal fica muito bem representado”, diz Carlos Zorrinho
O líder da bancada do PS no Parlamento Europeu, Carlos Zorrinho, destaca a "grande capacidade técnica e política" de Elisa Ferreira e diz esperar que a nova comissária seja uma "protagonista ativa" nas finanças comunitárias.
"A nomeação de Elisa Ferreira como comissária, em nome de Portugal, é uma excelente notícia. Todos conhecemos a sua grande capacidade técnica e política – ela foi eurodeputada [...] e também foi membro do Governo e vice-governadora do Banco Portugal – e, portanto, Portugal fica muito bem representado", reagiu Carlos Zorrinho em declarações à agência Lusa.
Quanto ao pelouro que lhe venha a ser atribuído, o líder da delegação socialista no plenário de Estrasburgo espera que seja “bastante interessante, da sua área técnica e política, na área do desenvolvimento, na área financeira", o que considerou ser "importante para concretizar aquele que é o programa de Ursula von der Leyen", a presidente eleita do executivo comunitário e sucessora de Jean-Claude Juncker.
"Nós, socialistas portugueses, votámos em Ursula von der Leyen em nome de um programa ou de um novo impulso para a União Europeia e de um novo pacote de investimento contra as alterações climáticas e para colmatar o abrandamento da economia", assinalou Carlos Zorrinho.
Por isso, "num momento em que há um abrandamento na economia da UE por razões externas, a União não pode ter uma atitude passiva, tem de ter uma atitude ativa. E acho que Elisa Ferreira será uma protagonista ativa", adiantou.
Nuno Melo deixa felicitações, mas espera para ver
O CDS elogia escolha de Elisa Ferreira, mas lembra que última escolha socialista “foi um desastre”.
“Supostamente muito habilitado na área para que foi indicado, chamava-se Jaime Silva, foi um desastre para a agricultura portuguesa e por isso por vezes a suposta competência não é suficiente”, recorda Nuno Melo.
O eurodeputado felicita, contudo, a antiga colega. “Dou os parabéns à Elisa Ferreira, com quem estive no primeiro mandato no Parlamento Europeu e onde, de resto, trabalhámos em conjunto nalgumas áreas, nomeadamente no que tem que ver com a resolução bancária no relatório de que foi responsável e onde apresentei várias emendas”.
Nuno Melo garante estará “no Parlamento Europeu a ajudar Elisa Ferreira naquilo que possa ser útil para o meu país e para o projeto europeu”, mas também não hesitará em “fazer os pares que entenda adequados em representação do meu partido, se o rumo tomado não for aquele que considere adequado quer para Portugal quer para a União Europeia”.
“Dito isto, toda a sorte” a Elisa Ferreira, deseja o eurodeputado do CDS. “A habilitação técnica tem, resta saber se a pasta será adequada às suas capacidades; e que possa ser uma boa comissária, porque neste momento tão sensível do projeto europeu é bem preciso”, conclui, em declarações à Renascença.
A escolha de Elisa Ferreira para a nova Comissão Europeia foi noticiada nesta terça-feira.
"O primeiro-ministro comunicou à presidente eleita, Ursula von der Leyen, o nome de Elisa Ferreira para integrar o colégio de comissários da próxima Comissão Europeia", afirmou à agência Lusa fonte oficial do gabinete de António Costa.
Segundo a mesma fonte, oportunamente a presidente eleita da Comissão Europeia comunicará a pasta atribuída à futura comissária portuguesa.
Elisa Ferreira vai suceder a Carlos Moedas, que foi o comissário indicado pelo anterior Governo (PSD/CDS-PP) e teve a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação.
[notícia atualizada às 18h35]