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Edgar Silva diz que o voto serve para travar "ladroagem"

15 set, 2019 - 13:54 • Lusa

O comunista insurgiu-se contra o crédito fiscal ao Madeira Medical Center, um hospital privado.

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O cabeça de lista da CDU às eleições legislativas da Madeira disse este domingo que o voto serve para travar o "desvio de dinheiros públicos" que ocorre na região, onde os "senhores da terra" tratam do seu futuro beneficiando privados.

Edgar Silva referia-se à visita que o vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, realizou na sexta-feira ao Madeira Medical Center, onde anunciou que esta empresa vai beneficiar de um crédito fiscal de 11 milhões de euros durante 10 anos, depois do investimento feito pelo Grupo HPA Saúde (que detém aquela clínica) no Hospital Privado da Madeira, no valor de 45 milhões de euros.

"À conta do rodopio que a campanha implica, com a movimentação das iniciativas dos partidos, das várias candidaturas, os senhorios desta terra não dormem. Eles estão a tratar da vida, estão a tratar da sua conta bancária", alertou.

O representante falava na freguesia de São Martinho, no Funchal, onde se localiza o Hospital Privado da Madeira, ao oitavo dia de campanha eleitoral.

O comunista sublinhou que este "bónus de 11 milhões de euros", à conta de quem tem de contribuir para o Orçamento Regional – a população –, é uma "ladroagem sem vergonha", porque "são dinheiros do Orçamento que são retirados para entregar aos amigos do regime".

Para o cabeça de lista da CDU às legislativas regionais de 22 de setembro, a "roubalheira" acontece "com o apoio direto do PSD e com o alto patrocínio do PS e de Paulo Cafôfo" (candidato socialista e ex-presidente da Câmara do Funchal), uma vez que "apoiaram e promoveram o Hospital Privado".

Por isso, sublinhou, as eleições são o "tempo de travar a rapinagem", acabando com a compra de votos à custa dos dinheiros públicos.

"Travar esta vergonhosa ladroagem na Madeira é na hora do voto, o voto é a hora de travar tamanha e tão desavergonhada ladroagem nesta terra", insistiu.

Ricardo Lume, deputado da CDU na região, lembrou que há quatro anos, nas eleições de 29 de março de 2015, a coligação PCP/PEV não tirou a maioria absoluta ao PSD por 12 votos.

"Já pensaram que diferença teria sido feita ao longo dos últimos quatro anos?", indagou.

Nas anteriores eleições, a CDU conseguiu eleger dois deputados para a Assembleia Legislativa da Madeira.

As eleições regionais legislativas de 22 de setembro contam com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta – com que sempre governaram a Madeira – por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.

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