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​Eleições na Madeira. Élvio Sousa diz que JPP está "talhado" para fiscalizar

20 set, 2019 - 22:06 • Lusa

O cabeça de lista do JPP reconheceu que uma 'bipartidarização' da vida regional seria propícia a levar partidos para a esfera da governabilidade, mas sublinhou que essa não é a ambição da candidatura.

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O cabeça de lista do JPP às eleições legislativas da Madeira de domingo, Élvio Sousa, disse esta sexta-feira que atualmente o partido está "talhado" para fiscalizar e não para ir para o governo.

Num jantar-comício de encerramento da campanha eleitoral, no Funchal, onde reuniu cerca de um milhar de pessoas, Élvio Sousa reconheceu que uma 'bipartidarização' da vida regional seria propícia a levar partidos para a esfera da governabilidade, mas sublinhou que essa não é a ambição da candidatura.

"Há um clima para alimentar o bipartidarismo, mas isso não nos preocupa, porque o nosso objetivo é manter ou crescer. Nós sabemos que agora é um momento e há uma oportunidade de mudança. Nós já situámos que o PSD é o nosso adversário político, mas também não alimentamos qualquer intenção de ir para governar, a nossa forma de estar ainda é muito prematura. Não é que não tenhamos capacidade, mas estamos talhados, neste momento, é para fiscalizar", sintetizou.

Para Élvio Sousa, o trabalho do JPP "já foi feito há quatro anos" e a campanha "é apenas uma forma que as forças políticas têm para expressar aquilo que fizeram e aquilo que se propõem a fazer".

Numa linha de continuidade, indicou, o programa do partido não tem novidades, até porque o orçamento está condicionado pela dívida contraída durante a governação PSD de Alberto João Jardim.

"É um programa com uma dívida de cinco milhões de euros, não podemos entrar em grandes euforias do ponto de vista do investimento e da redução fiscal, que tem de ser progressiva e gradual para não haver desequilíbrio nas contas públicas", descreveu o arqueólogo, salientando ser um programa para a saúde, a mobilidade, a agricultura, o ambiente e as condições sociais.

O JPP foi a grande surpresa nas regionais de 2015, ao conseguir eleger, na sua estreia nas legislativas madeirenses, cinco deputados para a Assembleia Legislativa da Madeira, com 13.114 votos (10,28%). Passou então a ser a quarta força no arquipélago.

Este partido nasceu de um movimento de cidadãos independentes da freguesia de Gaula que em 2009 conquistou o município de Santa Cruz, com maioria absoluta (13.886 votos, 64,42%), destronando o PSD, que governava a autarquia desde 1976.

Élvio Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz (presidido pelo seu irmão, Filipe Sousa), é considerado o 'pai' dos movimentos de cidadãos na Madeira.

Licenciado em História e mestre em História Regional e Local pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Élvio Sousa é também investigador do Centro de História de Aquém e de Além-Mar, da Universidade Nova de Lisboa, e está ligado ao projeto do Núcleo Histórico do Solar do Ribeirinho, em Machico.

O JPP rejeita "qualquer entendimento" com o PSD, que considera ser o " principal adversário político".

As eleições regionais legislativas da Madeira contam com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta - com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.

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