23 set, 2019 - 00:33 • Lusa
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A líder do CDS saudou o resultado dos centristas e a vitória do centro-direita na Madeira e remeteu para o partido na região a decisão de se coligar com o PSD, que venceu este domingo as eleições com maioria relativa.
A Madeira viveu "um dia histórico" com o fim da maioria absoluta de um partido, o PSD, ao fim de 43 anos, e o CDS "é essencial para garantir uma maioria de centro e direita" na região, afirmou Assunção Cristas, numa conferência de imprensa na sede nacional dos centristas, em Lisboa, depois de serem conhecidos os resultados nas legislativas regionais.
Apesar de ter perdido quatro deputados, mais de nove mil votos e passado de segundo para terceiro partido na região, o CDS tornou-se num potencial aliado do PSD/Madeira para formar uma maioria de centro-direita e de um governo maioritário, tendo eleito três deputados que formam maioria (24) com os eleitos dos sociais-democratas.
Ambos os partidos na Madeira já admitiram a hipótese de conversações futuras com o fim de conseguir uma "coligação de governo" e Cristas afirmou respeitar a autonomia do CDS na Madeira e do seu líder, Rui Barreto, a quem enviou um "fortíssimo abraço".
Por quatro vezes, a presidente dos centristas disse a mesma ideia, embora com algumas cambiantes nas palavras.
"Foi claríssimo o que aconteceu hoje na Madeira: a esquerda saiu derrotada, o centro direita tem condições para governar", disse, para, nas perguntas aos jornalistas repetir, apontando, indiretamente ao PS e ao seu líder: "Foi clarinho como água: a esquerda saiu derrotada. O modelo que em 2015 teve início em Portugal não teve acolhimento e saiu derrotado na Madeira".
De pastas e lugares, Assunção Cristas remeteu as decisões para Rui Barreto e o CDS na região, e relativizou o desafio feito pelo candidato do PS, Paulo Cafôfo, de propor uma "plataforma de entendimento" entre os socialistas "e a restante oposição" na tentativa de uma solução estável para a Madeira.
"As eleições foram claríssimas: o centro e direita têm maioria, a esquerda foi derrotada", repetiu, afastando, aparentemente, quando entendimento dos centristas na plataforma de entendimento para que o PS/Madeira desafiou os restantes partidos, entre eles o CDS.
Assunção Cristas relativizou ainda a perda de votos e de deputados do seu partido no parlamento regional, sublinhando que esta eleição foi "fortemente polarizada" e que "vários partidos", como o Bloco de Esquerda, foram erradicados da Assembleia Legislativa da Madeira, e o CDS "não só resistiu" como conseguiu tornar-se "essencial" para a formação de uma maioria.
Apoiando o que Rui Barreto havia dito minutos antes, no Funchal, a presidente dos centristas disse esperar que as ideias "fortes e focadas" com que o partido se apresentou nas regionais "possam ser postas ao serviço de todos os madeirenses".
O PSD venceu sem maioria absoluta (39,42%) as eleições regionais na Madeira, elegendo 21 deputados, e o PS obteve 35,76%, com 19 deputados, de acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
O CDS-PP, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada, seguido pelo JPP, com 5,47% e também três parlamentares.
A CDU conquistou um lugar, depois de alcançar 1,80% dos votos. Mais nenhum partido conseguiu eleger deputados para a Assembleia Legislativa da Madeira, que tem um total de 47.
A abstenção foi de 44,49%.