02 out, 2019 - 15:38 • José Pedro Frazão
Francisco Assis está convencido de que o primeiro-ministro não estava ao corrente do se passava quando foi a encenação na recuperação do armamento roubado de Tancos.
“Tenho a plena convicção de que ele não sabia. Se eu não tivesse, faria uma avaliação completamente negativa da ação de António Costa como homem de Estado e primeiro-ministro”, afirma na Renascença.
“Por exemplo, ter-me-ia impedido de estar presente numa ação de campanha como aquele onde estive no passado domingo”, aponta, reforçando: “tenho a convicção absoluta de que o António Costa não tinha o mais pequeno conhecimento do que se estava a passar”.
No programa Casa Comum, que partilha com Paulo Rangel, Assis diz ainda não acreditar que o caso de Tancos vá influenciar os resultados eleitorais.
“O processo de recuperação eleitoral do PSD já estava a ocorrer e não se verifica uma degradação muito significativa das perspetivas de votação no Partido Socialista”, defende. “Pode haver uma ligeira descida, mas não é assaz significativa. Este episódio em si não vai ser significativo”, insiste.
Já Paulo Rangel apresenta uma visão mais crítica. “A partir do momento em que as coisas aconteceram, o primeiro-ministro não vai perguntar como as coisas se passaram? Não vai tentar saber? É uma evidência que vai”, conclui.
Mas, “independentemente de saber ou não saber – já não entrando nesse patamar – a gestão política deste processo foi muito mal feita, seja pelo primeiro-ministro seja pelo então ministro da Defesa”, destaca.