09 out, 2019 - 21:01 • Redação
Luís Montenegro confirma, em entrevista à SIC, que será "candidato nas próximas diretas do PSD", porque o partido "precisa de clarificação" depois da derrota nas eleições legislativas e não pode continuar a ser "subalterno" ao PS.
"Serei candidato nas próximas eleições diretas, que hão de ser convocadas nas próximas semanas, por uma questão de coerência e convicção", afirmou Luís Montenegro, que espera que Rui Rio seja candidato.
"O resultado do PSD foi mau. Acontece na sequência de uma estratégia politica [de Rui Rio] que falhou, foi um resultado que já não tinhamos há 36 anos. O resultado foi muito mau e deixa pouco espaço para o PSD se afirmar como alternativa ao PS", declarou.
Para Luís Montenegro "António Costa era batível nestas eleições", mas Rui Rio só fez verdadeira oposição ao PS nas últimas três semanas, após dois anos de inação.
As preocupações e análises de Marcelo foram sendo (...)
"Quero um PSD grande, com vocação maioritária"
O antigo líder parlamentar considera que, sob a liderança de Rui Rio, o PSD "transformou-se num partido subalterno ao PS" e "é preciso dizer basta".
Para o candidato a candidato à liderança dos sociais-democratas, o PSD "não pode estar sempre disposto a fazer reformas estruturais com o PS", porque "tem de ter vida própria" e os socialistas não são um "partido de reformas estruturais".
Luís Montenegro quer afastar Rui Rio e ser secretário-geral do PSD para unir o partido. "Quero um PSD grande, com vocação maioritária, não quero um PSD um maior dos pequeninos", atirou o social-democrata, que se mostra orgulhoso por ter estado ao lado de Passos Coelho, nos tempos da troika, a "recuperar a credibilidade do país".
"Quero fazer do PSD novamente uma força maioritária no Parlamento português e trazer bem-estar à vida das pessoas."
Nesta entrevista à SIC, não afasta o diálogo com outros partidos, nomeadamente CDS, Iniciativa Liberal e Aliança, mas "o Chega não entra nestas contas", frisou.
Questionado sobre o caso das viagens ao Euro 2016, em que foi constituído arguido, Montenegro diz que a questão não vai limitar os seus direitos cívicos.
"Estou de consciência tranquilo que não cometi nenhum crime. Não vou deixar de exercer os meus direitos físicos por causa disso. Tenho a certeza que não vou ser condenado", sublinhou.