16 out, 2019 - 06:20 • Paula Caeiro Varela
O Conselho Nacional do CDS de quinta-feira não vai servir ainda para clarificar quem avança e quem sai de cena na corrida à liderança do partido. Várias fontes centristas contactadas pela Renascença indicam que não haverá decisões desse calibre na reunião convocada pela atual direção, que vai servir sobretudo para uma análise do que correu mal nas últimas eleições.
Com uma bancada reduzida para um terço (os centristas só conseguiram 5 deputados e 4,3% dos votos), não faltarão leituras e eventuais ajustes de contas, mas o futuro do partido não deverá ficar clarificado. Nem João Almeida nem Filipe Lobo d`Ávila tencionam para já revelar a decisão de avançar, mesmo que quase todos no CDS deem como certa uma candidatura do segundo. Uma fonte centrista lembra que Lobo de Ávila afastou-se por vontade própria das luzes da ribalta política e mediática, demarcou-se da direção de Assunção Cristas e deixou sempre claro, interna e externamente, que discordava da estratégica que o partido adotou na atual liderança.
Quanto ao líder da JP, Francisco Rodrigues dos Santos (conhecido como” Chicão”), cada vez são menos os que acreditam que pode ainda avançar a solo, mas terá espaço, para o futuro, em qualquer das duas hipotéticas candidaturas em cima da mesa.
O congresso da tripla
A direção nacional já tem uma data e vai propor que o Congresso que decidirá a liderança seja apenas em Janeiro, apesar de Assunção Cristas ter inicialmente manifestado vontade de que fosse ainda este ano, em Dezembro.
Será, tudo indica, no segundo ou terceiro fim-de-semana de 2020, o que poderá coincidir aliás com a data das diretas no PSD, se Rui Rio optar por manter o calendário ordinário e não convocar diretas antecipadas, que poderiam realizar-se também ainda este ano.
No CDS, há quem arrisque que a contenda vai ser entre João Almeida e Filipe Lobo d`Ávila, para além do candidato já assumido, Abel Matos Santos, que anunciou que avançaria logo depois de confirmada a derrocada eleitoral, a 6 de outubro.
Se assim for, um dirigente centrista diz que só faz aposta tripla, como no totobola: 1-X-2. Entre João Almeida e Lobo d`Ávila não há quem tenha certezas do que decidirão os militantes em congresso.