16 out, 2019 - 14:07 • Agência Lusa
O PSD defendeu esta quarta-feira que “não há um novo Governo”, mas “uma remodelação com alargamento”, com um executivo aumentado e “mais partidário”, considerando “uma desilusão” a continuidade em pastas como Saúde, Educação e Justiça.
“Não é um novo Governo, é uma remodelação, com um Governo aumentado, mais ministros, mais máquina partidária, designadamente do secretariado do PS”, criticou o vice-presidente do PSD José Manuel Bolieiro, em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa.
No final da reunião da Comissão Permanente do PSD, o dirigente social-democrata lamentou ainda que apesar de “o país se ter manifestado contra os maus resultados na saúde, educação e justiça”, não tenha havido mudanças nos ministros destas pastas.
“É a desilusão de um Governo de mera continuidade”, apontou.
Como “única nota positiva”, o PSD saudou a “preocupação expressa” pela criação de uma nova pasta para a coesão territorial, considerada pelos sociais-democratas “uma política pública essencial”.
Questionado se o presidente do PSD, Rui Rio, comunicou à Comissão Permanente – o núcleo duro da direção – se pretende continuar à frente do partido e recandidatar-se à liderança, José Manuel Bolieiro escusou-se a comentar outras matérias não relacionadas com a composição do novo Governo, conhecida na terça-feira.
“O pronunciamento do presidente do partido a ele cabe, é ele que vai determinar o seu calendário”, disse apenas, quando questionado se a ponderação que Rui Rio disse ter iniciado na noite eleitoral, em 06 de outubro, não deveria estar perto de terminar.
O novo vice-presidente do PSD – eleito em julho, na sequência da demissão de Manuel Castro Almeida – classificou o executivo como “um governo de continuidade”, destacando que 14 ministros se mantêm nas mesmas pastas.
Questionado como vê o PSD o aumento do número de ministros que são membros do secretariado do PS (seis), Bolieiro considerou haver “uma partidarização assumida”.
“Estamos a ver um governo com mais dificuldades de captar outras personalidades de interesse e da sociedade, e o primeiro-ministro recorre ao núcleo do secretariado do PS para garantir mais um reforço partidário na máquina do Estado e de funcionamento do governo”, criticou.
O XXII Governo Constitucional vai ter como ministros de Estado Pedro Siza Vieira, Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Mário Centeno.
Catorze ministros mantêm-se à frente das mesmas pastas, existindo cinco novos ministros, três dos quais já eram secretários de Estado.
O segundo executivo liderado por António Costa vai integrar 19 ministros, além do primeiro-ministro, o que o torna o maior em ministérios dos 21 Governos Constitucionais, e também o que tem mais mulheres ministras, num total de oito.
O Governo deve ser empossado pelo Presidente da República na próxima semana.