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Rui Rio confirma recandidatura à liderança do PSD

21 out, 2019 - 18:29 • João Pedro Barros

Presidente social-democrata quer evitar "fragmentação" do partido vai assumir provisoriamente liderança da bancada parlamentar, até ao congresso em que o novo líder tomará posse.

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O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou esta segunda-feira, em conferência de imprensa, no Porto, que se vai recandidatar à liderança do partido.

"Ponho o interesse público acima de tudo o mais e estou disponível para continuar a servir o PSD e, por seu intermédio, Portugal. Estou disponível para disputar o processo eleitoral inter, liderar a oposição ao Governo socialista e conduzir o PSD nas próximas eleições autárquicas", declarou.

Rio vai assim apresentar-se às eleições diretas de janeiro, em que deverá enfrentar dois candidatos anunciados: Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz.

O antigo presidente da Câmara Municipal do Porto explicou que a decisão prejudica o seu "interesse pessoal, profissional e familiar", mas que não podia deixar de responder aos muitos apelos que recebeu "de dentro e de fora do partido", sob pena de o mesmo sofrer uma "grave fragmentação, de consequências imprevisíveis para o futuro".

"O PSD precisa de um líder que defenda a social-democracia e que ponha o partido no centro político. Que evite uma ideologia vazia ou um perfil eminentemente liberal. Que tenha uma postura corajosa e frontal e não um discurso falho de imaginação e dominado pela hipocrisia do politicamente correto", desenvolveu.

Rio propõe-se a evitar uma "fragmentação" do PSD, idêntica ao que tem acontecido com "outros grandes partidos" no estrangeiro e não quer ver os sociais-democratas tomados "por grupos organizados" de perfil "pouco ou nada transparente".

Para além disso, lembrou que obteve "quase 28% dos votos" nas legislativas de 6 de outubro, o que corresponde a 1,5 milhões de pessoas que "confiaram no PSD com esta liderança e não com a de quem tudo tem feito para a destruir".

Ataques à oposição interna

Rui Rio, presidente desde janeiro de 2018, aproveitou para deixar palavras fortes aos seus críticos, que podem ser interpretadas também como ataques aos dois candidatos já anunciados. Houve apenas um nome concreto indicado: o de Miguel Relvas, que logo no rescaldo eleitoral disse que era tempo de “nova liderança, novos protagonistas e novas políticas”.

"Ele diz que eu não gosto do PSD. Gosto muito do PPD, a que aderi há mais 40 anos, e do PSD que nestes últimos 40 anos tanto fez pelo país. Mas ele tem razão, porque muitas vezes não gosto mesma nada do que vejo nos partidos políticos, incluindo o meu", reconheceu.

Depois, frisou que não está disponível para "continuar a enfrentar deslealdades e permanentes boicotes internos", incluindo "o lamentável golpe de janeiro passado, em que alguns quiseram fazer no PSD o mesma que fizeram no PS em 2014, e que os mesmos à data tanto criticaram".

O que aconteceu então foi que o agora primeiro-ministro, António Costa, considerou que o resultado no PS nas eleições europeias, com condução de António José Seguro, então secretário-geral, tinha sido "poucochinho". Desafiou assim Seguro para eleições primárias, de que viria a sair vencedor a 28 de setembro, com 67,88% dos votos, contra 31,65% do adversário.

Liderança da bancada até ao congresso

Rui Rio anunciou também que vai assumir a liderança da bancada parlamentar do PSD, de forma transitória, até ao congresso que consagrará o novo líder, previsivelmente em fevereiro de 2020.

"Em situações pontuais, de particular relevância, o líder da oposição pode marcar de forma mais clara a sua posição nesse lugar, mas não é a ele que compete alimentar o quotidiano parlamentar", acrescentou.

Esta solução tem, segundo Rio, a virtude de permitir que o próximo líder parlamentar apenas seja apenas escolhido em definitivo "após a realização do Congresso Nacional".
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