26 out, 2019 - 16:43 • Inês Rocha
O novo Governo, que tomou posse este sábado é, para Luís Montenegro, “um susto”, com “governantes a mais, Estado a mais, PS a mais”.
Num comunicado enviado às redações, o candidato à liderança do PSD descreve o novo executivo como “um governo do aparelho partidário socialista e do aparelho socialista na administração pública”, com “sociedade civil a menos”, “independentes a menos” e “experiência empresarial a menos”.
Sobre o discurso de posse de António Costa, Luís Montenegro classifica-o de “barbaridade de auto-elogios”. “Parece que está tudo bem! É a fantasia socialista em todo o seu esplendor”, escreve.
O social-democrata questiona ainda se o primeiro-ministro “não percebe o caos que reina, por exemplo, no setor da saúde”.
Acerca do esboço de Programa de Governo anunciado por António Costa, o candidato à liderança do PSD diz que "é mais do mesmo" e identifica "várias lacunas”, ao nível da aposta no crescimento económico, dos impostos e do investimento público.
“Não fixa um objetivo de crescimento económico ao nível dos nossos principais competidores europeus, como todos os países de leste. Vamos continuar a ter 20 países em 28 a crescer mais do que nós?”, questiona Montenegro.
“Outro exemplo é a falta de perspectiva de baixa de impostos, uma medida essencial de competitividade fiscal e atração de investimento. Ou a manutenção de um fraquíssimo investimento público, cuja maior omissão se faz sentir na saúde, que devia ser a prioridade das prioridades para o Governo”, considera o social-democrata.
Luís Montenegro afirma que o país precisa de uma oposição firme e uma alternativa a sério. Mas lembra que esta alternativa “não se faz dando a mão ao PS”.
“Tem de acabar o tempo de o PSD andar de cócoras perante o PS”, atira Montenegro. “Comigo esse tempo vai acabar”.
O XXII Governo tomou posse este sábado, no Palácio Nacional da Ajuda. Com 20 ministros e 50 secretários de Estado, é o maior governo desde 1976.
No discurso de posse, António Costa elencou quatro desafios e prometeu cumprir a legislatura de quatro anos.