05 nov, 2019 - 21:53 • Lusa
O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro irá ao Conselho Nacional de Bragança se for convidado, e apela à direção do partido para que "facilite" a participação dos militantes na escolha do próximo presidente.
No final de um encontro de mais de uma hora com a UGT, em Lisboa, Luís Montenegro apontou como seu objetivo na campanha interna "ser o mais esclarecedor possível".
"Irei a todo o lado onde seja convidado e onde queiram falar comigo, dentro e fora do partido", afirmou, defendendo que o candidato a líder do PSD é também candidato a primeiro-ministro.
Perante a insistência dos jornalistas se gostaria de falar no Conselho Nacional do PSD, na sexta-feira em Bragança, para o qual o candidato Miguel Pinto Luz já manifestou o desejo de ser convidado, Montenegro manifestou-se disponível, embora não tenha feito qualquer diligência nesse sentido.
"Eu se for convidado pode ter a certeza que vou, mas não é por ser o Conselho Nacional, vou porque quero falar com militantes do partido, sejam conselheiros nacionais, sejam da concelhia de Bragança ou de Estremoz, quero falar com todos", afirmou, dizendo-se "aberto a todos os convites".
Questionado se defende a abertura dos cadernos eleitorais a militantes sem as quotas pagas, Montenegro não quis entrar na discussão dos procedimentos concretos, preferindo destacar dois princípios que gostaria de ver na eleição interna: "transparência e participação".
"Transparência, para que todas as candidaturas estejam em igualdade de tratamento e, por outro lado, que seja facilitada a maior possibilidade de participação que for possível", defendeu.
Para Montenegro, "quantos mais militantes estiverem em condições de votar melhor", seja qual for o presidente do partido, mas deixou para os conselheiros nacionais a aprovação de qual será a melhor forma de o fazer.
"Tudo aquilo que possam ser procedimentos que facilitem a eleição, que possam até ser motivadores da participação são os que interessam ao PSD", disse.
O candidato lançou um duplo apelo neste ponto: "Lanço um apelo aos dirigentes do PSD para que viabilizem, facilitem a participação dos militantes, e um apelo aos militantes para que respondam positivamente a essa chamada".
"Se afunilarmos a participação interna, teremos um partido mais pequeno e eu quero o contrário, um partido grande", disse.
Questionado como vê que o presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, acumule a partir de quarta-feira o cargo com a liderança parlamentar, respondeu de forma telegráfica: "Com naturalidade".
Luís Montenegro esteve acompanhado na reunião com o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, do deputado Pedro Alves, que será o seu diretor de campanha, da ex-ministra da Justiça Paula Teixeira Cruz e do antigo deputado Francisco José Martins, especialista em questões laborais.
Na reunião com a UGT, a primeira de um conjunto de encontros com parceiros sociais, o candidato à liderança do PSD classificou como "positivo" o processo negocial que arrancará na quarta-feira sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), mas defendeu que deveria ser acompanhado "de uma política de rendimentos global que possa atingir todos os trabalhadores".
Questionado sobre o objetivo do Governo de fixar em 750 euros o SMN no final da legislatura, Montenegro considerou-o "atingível" e disse que se "negociasse em nome da UGT, porventura até pedia mais".
"Mas só podemos obter resultados dessa dimensão se a nossa economia crescer mais e a produtividade também", afirmou.
A secretaria-geral do PSD anunciou hoje que vai propor ao Conselho Nacional que as diretas para eleger o presidente do partido se realizem em 11 de janeiro - com uma eventual segunda volta em 18 de janeiro - e o congresso em 7, 8 e 9 de fevereiro.
Até agora, há três candidatos à presidência do PSD: o atual líder, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.