22 nov, 2019 - 13:00 • Eunice Lourenço , Paula Caeiro Varela
Miguel Morgado, ex-deputado do PSD e promotor do movimento 5.7, anunciou nesta sexta-feira que não vai ser candidato à liderança do PSD.
Na sua página na rede social Facebook, Morgado escreve que considera necessário derrotar a “estratégia ruinosa” que tem sido protagonizada por Rui Rio, mas não conseguiu reunir em tempo útil os meios necessários para efetivar uma candidatura em nome próprio.
"Pude constatar a disponibilidade de muita gente para estar comigo neste combate. Mas apesar desses apoios, não foi infelizmente possível no presente momento reunir todos os meios necessários para tornar efetiva a candidatura em tempo útil. Por isso, é com pena, mas sem azedume, que não levarei por diante a candidatura”, escreveu Miguel Morgado, que foi conselheiro de Pedro Passos Coelho no gabinete de primeiro-ministro.
“Desistindo da candidatura, não desisto do que era o seu objetivo. Inviabilizada a candidatura, a questão para mim e para os que estão comigo é apenas a de procurar outras vias para prosseguir a ação iniciada”, prossegue o ex-deputado.
Questionado pela Renascença, diz que não irá apoiar outra candidatura, mas no texto que publicou no Facebook escreve que não continuará a procurar “outras vias” para combater a orientação que tem dada ao PSD por Rui Rio.
“Nas atuais eleições para a presidência do PSD, essa luta passa pelo esforço de mudar o rumo errado que o atual presidente impôs ao partido, de subalternização do PSD perante o PS e a esquerda. Não deixarei de tomar posição e de procurar outras vias para combater aberta e lealmente essa orientação, e para chamar o partido à sua verdadeira vocação de força decisiva do reformismo em Portugal. Não é só o futuro do PSD, mas também o futuro do País que neste momento dependem do reencontro do PSD consigo próprio”, escreve Miguel Morgado, que promete “continuar a contribuir sem ambiguidades para salvaguardar o que o PSD representa em Portugal, como partido que tradicionalmente protagonizou a luta de uma sociedade que quer ser livre contra o domínio socialista do Estado, que nos definha e empalidece todos os dias”.
Miguel Morgado tem sido o rosto do Movimento 5.7, um movimento que junta figuras do PSD, do CDS, mas também da Iniciativa Liberal e se pretende afirmar como um espaço de discussão política não socialista.