23 nov, 2019 - 19:00
A deputada Joacine Katar Moreira, única parlamentar eleita pelo partido Livre, responsabiliza o seu próprio partido por se ter abstido na votação de um voto apresentado pelo PCP de "condenação da nova agressão israelita a Gaza e da declaração da Administração Trump sobre os colonatos israelitas".
"A abstenção não se deveu a uma falta de consciência ou descaso desta grave situação, mas à dificuldade de comunicação entre mim e a atual direção do LIVRE, da qual sou parte integrante, para além de deputada única do partido", escreve Katar Moreira, num comunicado tornado público ao final da tarde deste sábado.
"Foram três dias de contacto infrutífero para saber dos posicionamentos da direção relativos ao sentido de voto das propostas que nos chegaram, onde esta constava", acrescenta a deputada.
"Assumo total responsabilidade pelo voto e devo dizer que, apesar de a abstenção não constituir um voto a favor ou um voto contra, ela não representou aquilo que tem sido desde sempre a minha posição pública sobre esta temática. Votei contra a direção de mim mesma", pode ainda ler-se.
As justificações sucedem-se: "Apesar das posições do partido em 2014, as quais condenam agressões à Palestina por parte de Israel, o facto é que o texto do PCP era omisso em relação à questão da negociação para a paz e o LIVRE frisa nas suas posições a necessidade de diálogo entre as partes envolvidas. Decidi abster-me por prudência, acreditando estar a defender a posição do partido - não a minha."
Joacine Katar Moreira diz, ainda, ter recebido "com surpresa" a tomada de posição do seu partido.
A deputada do livre tinha avançado na tarde deste sábado, através de um fonte que lhe é próxima contactada pela Renascença, que se encontrava em reflexão e emitiria um comunicado no domingo. Antecipou-se.