25 nov, 2019 - 14:07 • Agência Lusa
O ativista e dirigente da Organização Não Governamental (ONG) SOS Racismo Mamadou Ba abandonou esta segunda-feira o Bloco de Esquerda (BE), do qual era militante e ex-dirigente, em “profunda divergência” com aquilo em “que o partido se tornou ao longo do tempo”.
“A ligação com o BE, que hoje termina, dura desde da sua fundação e, nesses 20 anos, para além da militância, partilhei responsabilidades coletivas enquanto membro da Mesa Nacional, da Comissão de Direitos e da Coordenadora Concelhia de Lisboa. Formalizo hoje a minha desvinculação do Bloco depois de uma decisão tomada em janeiro deste ano, no rescaldo dos acontecimentos do Bairro Jamaica”, lê-se num breve comunicado de Mamadou Ba.
A desvinculação “resulta de uma profunda divergência, pois o que renego não é o projeto que deu origem ao BE, mas no que o partido se tornou ao longo do tempo”, refere a nota.
“Continuarei empenhado na luta política a partir da mobilização social e da militância antirracista”, prometeu.
O até agora assessor do BE na Assembleia da República protagonizou uma polémica no início do ano ao tratar a Polícia de Segurança Pública (PSP) como a “bosta da bófia” numa rede social, depois de protestos no centro de Lisboa, contrariados por carga policial, na sequência de confrontos entre populares e polícias no Barirro da Jamaica, Seixal.
"Sobre a violência policial, que um gajo tenha de aguentar a bosta da bófia e da facho esfera é uma coisa, é natural, agora levar com sermões idiotas de pseudo radicais iluminados é já um tanto cansativo, carago", escreveu na altura Mamadou Ba.
Contactado pela Lusa, o gabinete de imprensa bloquista recusou fazer qualquer comentário a esta demissão.