09 dez, 2019 - 15:15 • Lusa
A coordenadora bloquista garantiu esta segunda-feira que o Bloco de Esquerda “nunca dará o seu voto” a um Orçamento do Estado “que não responda aos problemas concretos” na saúde, habitação ou salários, lamentando a visão do Governo de “deixar tudo como está”.
À margem de uma visita à Escola Básica do Castelo, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada sobre o Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), cuja proposta do Governo vai ser entregue daqui a uma semana no parlamento.
“Demos conta da nossa preocupação ao Governo sobre a proposta genérica que nos fizeram chegar, que nos explicaram, demos conta também das nossas propostas. Dito isto, o Bloco de Esquerda nunca dará o seu voto a um orçamento que não responda pelos problemas concretos do país”, avisou.
A líder bloquista deixou claro que para o OE2020 ter o voto favorável do BE precisa de responder à saúde, “precisa de ter medidas concretas sobre a crise da habitação, precisa de responder pelos salários, pelas pensões deste país”.
“O Governo apresentou ao Bloco de Esquerda, como julgo que a outros partidos, aquilo que é a sua visão do próximo orçamento. Do nosso ponto de vista essa visão não responde aos problemas do país. É um bocadinho vamos deixar tudo como está”, criticou.
Na perspetiva de Catarina Martins, “como está não pode ficar, as pessoas compreendem que há problemas”.
“O Bloco de Esquerda considera que não tem nenhum sentido apresentar-se um orçamento que não mexe em nada, que deixa tudo como está. Não. Precisamos de trabalhar, precisamos de fazer mais, responder aos problemas do país”, insistiu.
Os bloquistas aguardam a proposta que vai ser entregue pelo executivo socialista liderado por António Costa.
“O Governo conhece as propostas do BE, que são as exigências que são sobre o caminho que vamos ter para reforçar os serviços públicos, para reforçar salários, pensões e, bem, aguardaremos para ver o trabalho que o Governo ainda vai fazer”, disse apenas.
Questionada sobre para esta semana ainda há reuniões previstas, Catarina Martins respondeu de forma evasiva: “nunca deixámos de reunir”.