10 dez, 2019 - 16:35 • Redação com Lusa
O primeiro-ministro, António Costa, apela a uma “grande frente nacional” contra a proposta finlandesa de orçamento europeu que corta mais fundos comunitários para Portugal.
No debate quinzenal na Assembleia da República, António Costa pediu unanimidade parlamentar em relação a esta questão.
O primeiro-ministro defende que a política de coesão transcende a questão do dinheiro e é essencial para a construção do espírito europeu, considerando exemplar a posição do Parlamento Europeu contra cortes no orçamento comunitário.
"É muito importante que, tal como está a acontecer no Parlamento Europeu, seja possível construir uma grande frente nacional sobre esta matéria. No Parlamento Europeu, fiquei muito ciente da convergência de pontos de vista entre todos e da posição clara da instituição de não aceitar a proposta finlandesa", declarou o primeiro-ministro em resposta ao "número dois" da direção dos socialistas.
António Costa reiterou mesmo o seu apelo no sentido de que haja amplo consenso político nacional nesta fase de negociações do orçamento europeu até 2027.
"É muito importante que, quando reunirmos em Conselho, na próxima quinta-feira, ninguém tenha dúvidas de qual é a posição do parlamento português. E quando o Governo português diz não à proposta finlandesa, está a dizer não com o apoio claro e inequívoco desta Assembleia da República. Temos de manter uma posição firme e construtiva: Firme rejeitando tudo o que contrarie o interesse nacional e construtiva para procurar aproximar parceiros e instituições", declarou.
Antes, o líder do executivo tinha defendido que a questão das políticas de coesão transcende a sua componente monetária, sendo mesmo "essencial para o fortalecimento do espírito europeu".
A política de coesão, referiu António Costa, foi a contrapartida encontrada para o desenvolvimento do mercado único e constituiu a marca da União Europeia junto das vilas, cidades ou aldeias do país.
Na sua intervenção, o secretário-geral adjunto do PS sustentou que "propor e defender em Bruxelas que a dimensão do Quadro Financeiro Plurianual, para 2021-2027, não pode ser inferior ao valor do atual quadro comunitário (2014-2020) em execução, é uma atitude que honra a história da política regional e da política de coesão europeias".
O líder do PSD, Rui Rio, respondeu afirmativamente ao repto do primeiro-ministro: "estamos de acordo na rejeição da proposta finlandesa, como é evidente".