25 dez, 2019 - 22:09 • Ricardo Vieira
O primeiro-ministro, António Costa, reconheceu a “crónica suborçamentação da Saúde” na sua mensagem de Natal “monotemática” e “dececionante”, afirma Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda (BE).
“Reconheceu a suborçamentação crónica da Saúde. É importante, mas não chega e não é a resposta que se esperava no dia de hoje, nas vésperas da negociação e de uma votação na generalidade do Orçamento do Estado. Como tal, essa atitude, esta mensagem é de algum modo dececionante”, declarou o dirigente bloquista.
Numa reação à mensagem de Natal do primeiro-ministro, centrada nos problemas da Saúde, Luís Fazenda considera que a intervenção “peca por pouco substancial”.
“Se verificarmos o orçamento executado na Saúde e aquele que é prometido para o próximo ano, não andaremos com valores muito diferentes. Seja como for, esperávamos sinais em várias áreas daquilo que o país é chamado a ter respostas por parte do Governo, mas isso não aconteceu, infelizmente”, lamentou.
Depois do fim da “Geringonça”, o dirigente do BE lembra que o Governo não tem maioria absoluta e acusa António Costa de não negociar o Orçamento do Estado para 2020 com os partidos à sua esquerda.
“Urge uma negociação com os partidos da esquerda para garantir, de imediato, que não há taxas moderadoras nos centros de saúde, garantir um caminho para a exclusividade dos médicos no SNS e outras medidas.”
“Que haja realmente uma negociação com os partidos à esquerda do Governo, que até agora tem agido como se fosse um participante sozinho neste processo orçamental. Elaborou, expõe, escolhe a temática que deve trazer a pública, mas não tem negociado o que quer que seja de substancial com os partidos à sua esquerda”, afirma Luís Fazenda.
O dirigente do BE considera que o Orçamento proposto pelo executivo “é tímido ou insuficiente em diversas áreas, como no caso dos cuidadores informais, sinais inexistentes para o setor do trabalho, redução da fiscalidade na energia”.
Luís Fazenda deixou também uma mensagem de alento para as todas as famílias portuguesas que “sofreram bastante” nos últimos tempos com o mau tempo.