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Trabalhadores impugnam despedimentos

Postos "à margem" e "sem fazer nada". Funcionários do CDS queixam-se de "bullying" no partido

02 jan, 2020 - 19:56 • Redação com Lusa

Muitos funcionários do partido, alguns efetivos há décadas, viram a extinção do posto de trabalho ser-lhes comunicada devido à grave situação financeira que os centristas atravessam. No entanto, alguns consideram que a decisão é “ilegal” e que a direção do partido “não está de boa-fé”.

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Um grupo de funcionários do CDS-PP decidiu impugnar o seu despedimento por extinção do posto de trabalho, acusando o partido de "bullying" por, desde há dois meses, terem sido colocados à margem, sem “nada para fazer”.

Uma das funcionárias, Alexandra Uva, afirmou esta quinta-feira que é efetiva há uma década e que a extinção do seu posto de trabalho lhe foi comunicada no final de outubro, com a justificação de que o partido atravessa uma fase complicada, mas o seu último dia de trabalho foi na sexta-feira.

Desde que lhe foi comunicado que seria despedida que esta assessora do partido se queixa de "bullying". “Durante estes dois meses fui completamente posta de parte. Não me dão nada para fazer numa altura em que há trabalho para fazer, por ser um período pré-congresso”, afirmou, considerando tratar-se de “uma questão de ‘bullying’”.

Na ótica de Alexandra Uva, o processo da extinção do posto de trabalho não foi conduzido da melhor forma e apresenta ilegalidades, o que a levou a recorrer à justiça e a apresentar uma impugnação. “No dia 30 [de dezembro], o meu advogado enviou a impugnação para o Tribunal do Trabalho e deu conhecimento ao jurista do partido”, disse a trabalhadora de 57 anos.

Alexandra Uva, cuja última função foi de secretariado durante a campanha para as eleições legislativas de outubro, adiantou não ter chegado a acordo com o CDS-PP, mas foi-lhe paga uma indemnização. Porém, não aceita o despedimento. “Puseram-me à margem para me afetarem psicologicamente, para ser eu a desistir”, lamentou.

Hoje Alexandra Uva voltou à sede do partido, no Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, para se apresentar ao serviço. “Hoje apresentei-me ao trabalho porque com a impugnação o processo fica suspenso, mas o meu advogado recebeu uma resposta a pedir para eu não voltar e a dizer que a minha entrada será barrada amanhã [sexta-feira]”, denunciou, garantindo que voltará à sede dos centristas.

Para segunda-feira, está “marcada uma reunião” entre o seu advogado e o jurista do partido, adiantou Alexandra Uva.

De acordo com trabalhadores ouvidos esta quinta-feira, a fase que o partido atravessa já levou à redução do subsídio de alimentação, bem como à redução da carga horária, e existem mais funcionários na mesma situação.

Um outro trabalhador, que pediu para não ser identificado, queixou-se igualmente de que o CDS-PP “não fez as coisas bem”. Funcionário do partido há mais de 20 anos, não aceitou a indemnização que lhe foi proposta, por o valor estar, no seu entender, “abaixo do que é suposto”. Queixa-se ainda de não ter recebido resposta à contraproposta que fez. “Eles não estão de boa-fé”, criticou, queixando-se também de discriminação.

“O problema do ‘bullying’ é estarmos ali sem fazer nada, sem nos darem nada para fazer, estamos simplesmente a cumprir horário. Não me deram mais nada para fazer, não nos convocam para as reuniões de trabalho”, assinalou, considerando que essa é uma forma de pressão para fazer com que os trabalhadores desistam do processo.

Dada a forma como a situação está a ser conduzida, também este funcionário ameaça levar o caso a tribunal quando o seu vínculo terminar.

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  • Jota
    03 jan, 2020 Aqui 09:22
    É precisamente este o entendimento que o CDS tem dos trabalhadores: São "carne para canhão"!
  • Cidadao
    03 jan, 2020 Lisboa 08:42
    A espavorida da Cristas deu mesmo cabo daquilo tudo ...

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