10 jan, 2020 - 00:00
O debate de quinta-feira na sede nacional do CDS juntou os cinco candidatos à liderança, em que quatro evitaram os ataques diretos e um quinto, Carlos Meira, defendeu “baldes de lixívia” para “limpar” o partido.
No debate, único que juntará todos os candidatos até ao congresso de 25 e 26 de janeiro, apenas as intervenções iniciais de Abel Matos Santos, João Almeida, Filipe Lobo d’Ávila, Carlos Meira e Francisco Rodrigues dos Santos foram abertos à comunicação social e o debate que se seguiu foi reservado aos militantes, que encheram a sala de reuniões, na sede do Largo do Caldas, em Lisboa.
Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), tal como os restantes, à exceção de Meira, evitou ataques diretos e expôs as suas ideias, em oito prioridades, defendendo uma “solução de futuro e não de continuidade” para o CDS.
A seguir, o deputado e porta-voz do partido na liderança de Assunção Cristas, admitiu erros do passado, que levaram à perda de votos e deputados, e propôs que o CDS tem de “liderar a direita democrática e popular” em Portugal.
Filipe Lobo d’Ávila, ex-deputado e do grupo Juntos pelo Futuro, lembrou que assumiu, no passado, uma posição crítica quanto à liderança de Cristas, uma “estratégia [que] foi errada” e, internamente, propôs-se contrariar a tendência de o CDS ser “Caldas a mais”, largo onde fica a sede, e “país a menos”.
Carlos Meira, ex-líder da concelhia de Viana do Castelo e crítico de Cristas, tinha cinco minutos para falar, mas só usou dois minutos e meio para dizer que lhe apeteceu comprar “baldes lixívia” para limpar a sede do partido e desafiou João Almeida, que pertence à comissão executiva ainda em funções, a dizer o que pensa de existirem funcionários do partido alegadamente sem receber salários. E prometeu, num discurso exaltado, que só saía dali depois de ouvir a resposta de João Almeida, o que motivou protestos entre alguns militantes presentes.
Por fim, Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular, propôs-se construir uma “nova direita”, num “espaço da casa grande de direita”, que tem novos concorrentes, e que o CDS “cresça da direita para o centro”.