28 fev, 2020 - 14:12 • Agência Lusa
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O PCP acusou esta sexta-feira o Governo, o Partido Socialista (PS) e grupos económicos de chantagem sobre o Parlamento e as autarquias por causa do novo aeroporto do Montijo, a que os comunistas dizem não ceder, e insistiu na opção por Alcochete.
Numa conferência de imprensa na Assembleia da República, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, afirmou que o seu partido “não só não aceita como não cede à chantagem que o Governo PS e os grupos económicos procuram fazer sobre as autarquias e a Assembleia da República”.
A mudança da lei, que dá às autarquias envolvidas, Moita e Seixal, no distrito de Setúbal, que são da CDU, o direito a vetar o avanço do projeto, é defendida pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e o chefe do Governo já alertou que abandonar a opção pelo Montijo tem custos muito elevados.
À acusação de António Costa, João Oliveira respondeu que “o que tem custos é abdicar de um investimento no campo de tiro de Alcochete”, para aí fazer o novo aeroporto, e que insistir na opção do Montijo representa uma cedência do executivo “aos interesses económicos”, como a Vinci, responsável pela gestão do aeroporto de Lisboa.
“Só quem está refém dos interesses do grande capital, desprezando as necessidades do país, é que pode admitir” o cenário de insistir em mudar a lei.
“Não é a lei que bloqueia o desenvolvimento do país e a construção de um futuro aeroporto internacional”, acrescentou João Oliveira, mas sim o PS e o Governo, como antes os do PSD e do CDS, que privatizaram a ANA – Aeroportos e “colocaram todo o setor da aviação civil nas mãos das multinacionais” e “prescindiram, por décadas, das receitas aeroportuárias” que, ao longo dos anos, garantiram a “modernização dos aeroportos nacionais”.