24 mar, 2020 - 13:51 • Ricardo Vieira
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Portugal está numa fase decisiva para travar a pandemia e evitar consequências imprevisíveis, afirmou esta terça-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Os especialistas são unânimes ao dizer que estamos perante uma mola que é esta pandemia que, se não for contida nesta fase muito firme, naturalmente, tende a multiplicar de forma imprevisível os efeitos negativos na saúde e na vida dos portugueses. Os portugueses têm compreendido isso e aderido massivamente a esse apelo nacional. É preciso manter a compressão na mola", afirma Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República falava após uma reunião com especialistas, no auditório do Infarmed, em Lisboa, em que também marcou presença o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.
Marcelo Rebelo de Sousa alerta que "as semanas que se seguem até à Páscoa são fundamentais" e pede um "sacrifício aos portugueses, para que passem a quadra de forma mais recatada, sem deslocações, celebrações e contactos sociais, em nome de "ganhos em termos de saúde e de vida dos portugueses".
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O chefe de Estado realçou a importância de ouvir e seguir as indicações em tempo de pandemia e também encontra motivos de esperança.
"Há esta noção que se retirou do encontro de hoje de que há razões para ter esperança, alimentadas todos os dias por esta contenção, por todos quantos ao mesmo tempo trabalham para que ela seja possível. Há portugueses que estão a trabalhar nas fábricas, nas empresas, forças de segurança, proteção civil, bombeiros... esse trabalho e esse contributo é inestimável", declarou.
Na reunião participaram o primeiro-ministro, o presidente do Parlamento, os líderes dos vários partidos com representação parlamentar e também representantes das confederações patronais e sindicais. Uma união saudada pelo Presidente, que anunciou que esta iniciativa irá repetir-se. Para já, saiu desta reunião menos preocupado do que entrou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apela aos países para realizar o maior números de testes possível ao novo coronavírus.
No final da reunião no Infarmed, o Presidente da República falou sobre a sensação de falsa segurança que os testes podem dar e da necessidade de alargar essas análises, mas de forma seletiva.
"Foram explicadas as desvantagens dos testes. A falsa sensação de certeza que podem gerar, quem tem uma resposta negativa num determinado momento, se não há sintomas, não há um contexto médico que o justifique, dá uma segurança que não garante nada porque no minuto seguinte, no dia seguinte, na semana seguinte, aquele cidadão pode passar a estar contaminado e anda convencido que não está."
“Mas também como tem sido útil ir aperfeiçoando seletivamente o alargamento dos testes, com a colaboração das autarquias locais, de instituições sociais, perante situações novas que justificam, seletivamente, esse alargamento”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.