26 mar, 2020 - 14:28 • Eunice Lourenço
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As cerimónias oficiais do Dia de Portugal foram canceladas. O 10 de Junho que, como tem acontecido nos últimos anos, seria assinalado em Portugal e no estrangeiro, fica assim sem as tradicionais cerimónias e discursos.
Este ano as cerimónias iriam decorrer na Madeira e na África do Sul e o presidente da comissão organizadora das cerimónias seria o cardeal Tolentino de Mendonça. Dada a situação de epidemia de Covid-19, que se vive em Portugal e no mundo, o Presidente da República já escreveu a todos os envolvidos a cancelar as cerimónias.
Marcelo Rebelo de Sousa esclareceu, entretanto, que o 10 de Junho será assinalado na mesma, mas em Lisboa e “com os cuidados impostos pelas circunstâncias”.
O Presidente espera que as cerimónias previstas este ano na Madeira e na África do Sul tenham lugar no próximo ano.
O 10 de Junho de 2021 será já depois das eleições presidenciais de janeiro, para as quais Marcelo Rebelo de Sousa ainda não esclareceu a sua recandidatura.
Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, o Presidente da República disse ainda que o cancelamento das cerimónias na Madeira e na África do Sul não significa que o estado de emergência ainda esteja em vigor a 10 de Junho. Mas, acrescentou, a logística para fazer as cerimónias nesses locais devia começar agora, pelo que entendeu que o melhor seria cancelar.
Quanto à tradicional sessão solene do 25 de Abril, o presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, já disse que se manterá e estão a decorrer preparativos entre o Parlamento e a Presidência da República para estabelecer os moldes em que se vai realizar. Uma das hipóteses é ter lugar na Sala do Senado e com a presença de um número reduzido de deputados.
Cancelada "manif" do 25 de Abril
A manifestação do 25 de Abril em Lisboa foi cancelada devido à pandemia de covid-19 e a Associação 25 de Abril pediu às pessoas que, mesmo em casa, vão à janela cantar a "Grândola".
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, um dos promotores do desfile anual, afirmou que a manifestação foi cancelada, mas propõe uma alternativa.
Vasco Lourenço pediu que rádios e televisões "passem" a "Grândola Vila Morena", uma das senhas do Movimento das Forças Armadas (MFA) em 25 de abril de 1974, e às pessoas, que estão em casa devido à pandemia, que venham à janela cantar, em coro, a canção de Zeca Afonso.
Portugal regista, esta quinta-feira, 60 mortes associadas à covid-19, mais 17 do que na quarta-feira, e 3.544 casos de infeção, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.