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BE “não vai aceitar austeridade” pós-pandemia

10 abr, 2020 - 09:30

Catarina Martins defende um OE que aposte na saúde, na proteção de salários e pensões para contrariar a recessão.

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A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda diz que “não vai aceitar austeridade” em 2021, após a pandemia da Covid-19, e garantiu que, pelo seu partido, “não faltará maioria” para ajudar Portugal a sair de uma crise.

Em entrevista ao semanário “Expresso”, publicada na edição desde fim de semana, Catarina Martins apontou que é necessário “compreender se o Governo quer um próximo orçamento que responda pelo Serviço Nacional de Saúde e pelo emprego, com capacidade de investimento, proteção de salários e pensões, contraciclo para contrariar a recessão, ou quer voltar à velha austeridade do bloco central”.

De acordo com a líder partidária, “o BE não aceitou austeridade em 2011 e não vai aceitar em 2021”.

Para Catarina Martins, esta “é uma discussão que tem a ver com estratégia, e essa é a grande escolha que o Governo vai ter de fazer”.

“Achamos que há outra resposta possível, que demora o seu tempo, mas é mais forte. Estamos disponíveis para esse caminho e aceitamos inteiramente a nossa responsabilidade”, garantiu a líder bloquista, assinalando que têm existido “muitas reuniões” em “várias áreas”.

Quanto à negociação, “tem todas as condições para decorrer da melhor forma” se a estratégia for definida “claramente”, indicou.

“A única forma de ultrapassarmos a recessão é não termos políticas de austeridade e o Estado aparecer com políticas contracíclicas para garantir emprego, salário, investimento. Se o Estado se comportar como o resto da economia, que se retrai, então cai tudo, ficamos sem nada”, advogou, considerando que “está é uma aprendizagem da crise de 2008 e é a opção fundamental” que terá de ser tomada.

Apontando que o líder do PSD, Rui Rio, “se veio dizer disponível para um bloco central para impor medidas de austeridade, porque é para isso que o bloco central serve”, Catarina Martins defendeu que “a resposta a uma crise nunca é o Estado juntar crise à crise”.

“Acho que seria um erro tremendo. Pela parte do BE, não faltará maioria para que o Estado seja um agente para sairmos da crise e não para nos empurrar mais”, salientou, recusando voltar “à lógica da 'troika'”.

O futuro, defendeu, “vai exigir muito investimento público e uma estratégia que não passe por o turismo ter este peso no PIB” (Produto Interno Bruto), e uma “reabertura dos setores da economia por fases”.

Segundo o último balanço da Direção-Geral da Saúde, registaram-se em Portugal 409 mortes devido à Covid-19 e há 13.956 casos de infeções confirmadas.

Comentários
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  • Cidadao
    10 abr, 2020 Lisboa 13:19
    Nem o BE tem a importância que teve, nem vai parar coisíssima nenhuma, a partir do momento em que Rui Rio já se mostrou disponível para apoiar o PS. Bruxelas/Holanda exigirá, e o governo irá atrás.

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