15 abr, 2020 - 20:18 • Eunice Lourenço , Cristina Nascimento com Lusa
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O PSD quer que o país possa entrar “o mais depressa possível” numa reabertura faseada, mas sem passos “em falso”. Foi o que disse aos jornalistas o vice-presidente da bancada do PSD, Ricardo Batista Leite, um dos deputados dos vários partidos que, nesta quarta-feira, marcaram presença na sessão técnica sobre a evolução da situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, no Infarmed.
"É muito importante para nós no PSD que se faça de forma faseada, o mais depressa possível, mas sem comprometer todos os princípios da saúde pública de precaução, para garantir que não damos um passo em falso e, ao abrir excessivamente, não temos de regressar todos a uma situação de restrição", alertou.
Para o PSD, acrescentou, "esta é uma matéria eminentemente técnica", dizendo que, de acordo com os especialistas, só será possível levantar de forma alargada as restrições quando se conseguirem voltar a identificar "de forma clara" as cadeias de infeção ativas, o que não acontece na atual fase de infeção comunitária.
Na mesma linha, o presidente do CDS-PP defendeu um abrandamento, o “mais brevemente possível”, das medidas de contenção postas em prática devido à pandemia de covid-19, e apontou que é necessário encontrar um equilíbrio entre a saúde e a economia.
Em declarações aos jornalistas, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que o “abrandamento nas medidas de contingência possa ser feito o mais brevemente possível”, apontando que este é “um desejo comum de todo o país”.
Na ótica do líder do CDS, “os riscos de uma paralisação prolongada” da economia “comportam perigos muito significativos do ponto de vista da sobrevivência das empresas e da manutenção dos empregos”, o que considerou ser “um fator negativo e preocupante”.
O PCP, por seu lado, destacou um "registo positivo" ao controlo da pandemia de Covid-19 em Portugal, mas manifestou-se preocupado com "os problemas sociais" causados pelo confinamento e com a perda de rendimentos das famílias.
Jorge Pires, da comissão política do PCP, citou os resultados de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, apresentado na reunião do Presidente da República, primeiro-ministro, representantes dos partidos e parceiros sociais, no Infarmed, em Lisboa, que revelam que há muitos portugueses que começam a ter problemas - 80% vivem angustiados e 63% receiam perder os seus empregos.
"A verdade é que muitos já perderam rendimentos", disse Jorge Pires, sublinhando que são necessárias "respostas mais céleres".
Presidente da República afirma que os portugueses (...)
No fim da mesma reunião, o Partido Ecologista Os Verdes elogiou o "comportamento exemplar dos portugueses" e prometeu denunciar "atropelos" aos "trabalhadores e aos seus rendimentos".
A deputada do PEV Mariana Silva juntou ainda "uma palavra para quem está na linha da frente", nos cuidados de saúde, que ajudaram o país a chegar ao "planalto" em número de infetados.
Já o deputado André Silva, do PAN, defendeu que ainda não é possível levantar as medidas de restrição impostas em Portugal, apesar de considerar que o país deve estar preparado para o regresso à normalidade.
"Ao dia de hoje, os números indicam que não é possível levantar as medidas de restrição. Mas os números também nos dizem e as curvas apontam para que, daqui a uns dias, a umas semanas, o país seja confrontado com a data em que pode regressar à normalidade, em que gradualmente possamos colocar medidas de alívio", afirmou André Silva.
Do lado do PS, marcou presença o secretário-geral adjunto do partido, José Luis Carneiro. O socialista mostrou-se preocupado com a evidência que o "condicionamento que temos vindo a observar tem vindo a produzir um aumento de ansiedade nas mulheres e nas famílias e há ilações que se podem extrair no aprofundamento das desigualdades e da saúde mental".
O boletim diário da Direção-Geral de Saúde desta quarta-feira revela que Portugal tem agora 599 mortos (mais 32 do que na terça-feira) e 18.091 infetados (mais 643), devido à pandemia de Covid-19 e desde que o surto chegou ao país.
A DGS revela também que 383 doentes já recuperaram da doença. São mais 36 do que na terça-feira.