25 abr, 2020 - 11:26 • Redação
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“Abril é que combate a epidemia, não é a epidemia que combate Abril”, defendeu Moisés Ferreira, o deputado escolhido pelo Bloco de Esquerda para discursar na cerimónia dos 46 anos do 25 de Abril e que dedicou o seu discurso sobretudo à defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Aprendemos que em situações de emergência de saúde pública é o nosso SNS – público, universal, geral e gratuito – que nos salva e protege. Não são os privados que fazem da saúde uma mercadoria, os que fecharam portas ou que viam na epidemia mais uma oportunidade de negócio”, afirmou o deputado do Bloco, partido que tem defendido a requisição civil dos hospitais privados para o combate à epidemia de Covid-19.
“Se tivéssemos hoje menos SNS como sempre propuseram, estaríamos desgraçados. Se tivesse sido tudo entregue ao mercado, como tanto queriam, a população não teria resposta na área da saúde”, continuou Moisés Ferreira, que defendeu mais investimento na saúde e maior valorização dos seus profissionais.
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“Quem ainda não soubesse, ficou a saber que todos os profissionais de saúde são imprescindíveis. Todos: técnicos auxiliares de saúde, assistentes técnicos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, farmacêuticos, técnicos superiores de saúde, enfermeiros, médicos… Todos… Nunca mais podem ser tidos como gorduras do Estado e nunca mais devem ser forçados a emigrar. Não são precarizáveis nem descartáveis”, afirmou Moisés Ferreira, que também fez uma recusa terminante da austeridade.
“Aos que começam a espreitar a oportunidade de desenterrar a velha cartilha da austeridade o país responderá com estas lições”, disse, acrescentando: “Precisamos é de um SNS com mais investimento para continuar no combate à Covid, recuperar a atividade suspensa e, ao mesmo tempo, reforçar a sua resposta em áreas como a saúde mental ou os meios complementares de diagnóstico. Não voltaremos atrás, ao tempo em que se tirou mais de 1.000 milhões de euros ao SNS e em que a direita que “queria ir além da troika” advogava a sua entrega aos grupos económicos”.
Na parte final do discurso, Moisés Ferreira alargou as preocupações para lá do SNS e, citando José Mário Branco, pediu “inquietação” com todas desigualdades e injustiças.
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“Convoquemos a “inquietação” de que nos falava Zé Mário Branco. Inquietação quando há trabalhadores que ficaram com os salários ameaçados para não colocar em risco os dividendos. Inquietação quando é precário o emprego e desaparece apesar dos apoios do Estado para não despedir. Inquietação perante uma Europa que se entendeu rapidamente no passado para salvar bancos, mas agora a única mão que consegue estender é a que empurra os países para o fundo do endividamento”, afirmou o deputado.