25 abr, 2020 - 11:47 • Eduardo Soares da Silva
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Rui Rio, líder do Partido Social Democrata, critica o governo e pede que o Executivo prepare uma possível segunda onda da Covid-19 em Portugal, após a reabertura do país, visto que "a economia portuguesa não aguentará uma nova paragem idêntica".
No discurso na sessão solene da celebração do 25 de abril, na Assembleia da República, Rui Rio critica presença exagerada dos governantes na comunicação social.
"Mais importante do que planear a presença dos governantes nas televisões, para publicitarem a toda a hora o que fizeram e não fizeram, é planear a resposta do país para uma segunda onda da Covid-19", diz.
O líder da oposição recorda as palavras do governo, que garantiu que não haverá austeridade para recuperar da crise económica, mas pede preparação.
“Têm garantido que não haverá qualquer tipo de austeridade, que agrada a todos, mas tal otimismo não pode ser impeditivo de nos prepararmos para o pior cenário. Mais vale prevenir do que remediar", alerta.
Rio diz que a economia portuguesa "não aguentará uma paragem idêntica à que estamos a viver". "As falhas não podem ser repetidas. No próximo inverno, temos de ter melhor capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde em todos os pontos de vista, com mais equipamentos e profissionais habilitados a usá-los", explica.
"É preciso corrigir as falhas e injustiças nos diversos ministérios, para que as empresas e trabalhadores recebam os apoios em tempo útil e oportuno", adiciona.
25 de abril
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Rui Rio afirma que a liberdade em Portugal não está suspensa com o estado de emergência que vigora há várias semanas.
"Pela primeira vez, Portugal celebra o 25 de abril em liberdade condicionada, por força das circunstâncias. À primeira vista pode parecer negativo, mas é um exemplo positivo do regime democrático, que, sem complexos, respondeu com legalidade constitucional a uma ameaça séria. Portugal não tem a democracia suspensa, está bem presente", diz.
O líder do Partido Social de Democrata diz que teria "sido dramático se por cobardia ou complexos ideológicos não tivesse sido aprovado o estado de emergência". "A bem da democracia, tal não aconteceu", continua.
Rio dedica a sessão solene do 25 de abril às vítimas da Covid-19 e aos familiares que não puderam despedir-se, devido às restrições impostas nas realizações de funerais.
"Cumpre-nos agradecer aos militares que há 46 anos trouxeram-nos liberdade. Não posso, nem quero esquecer, mas vou invocar antes, todos os que faleceram pela Covid-19 e que não puderam ter um funeral de acordo com as nossas tradições e valores. É neles e nos seus familiares que devemos ter o nosso pensamento e a eles que devemos dedicar essa sessão solene", diz.
União e esperança foram as últimas duas mensagens que Rui Rio deixa, no seu discurso na Assembleia da República.
"Portugal atravessa um momento difícil, ao qual se segue um de total dedicação na recuperação da economia nacional e da esperança coletiva. Haveremos de ultrapassar esta dificuldade com o saber, a coragem e unidade que Portugal já mostrou contra este inimigo. Haveremos de vencer, com a mesma coragem que ao tempo dobrámos o cabo das tormentas e com elas, construímos a esperança", termina.
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