Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Pandemia de ​Covid-19

Rio defende que só 14 de 1.867 reclusos foram libertados devido ao vírus

28 abr, 2020 - 20:49 • Lusa

Presidente do PSD reiterou que o regime excecional de libertação de presos "não faz sentido nenhum".

A+ / A-

Veja também:


O presidente do PSD, Rui Rio, voltou esta terça-feira a criticar o regime excecional de libertação de presos, considerando que apenas 14 foram libertados "verdadeiramente" devido à covid-19, e reiterou que esta medida "não faz sentido nenhum".

"Foram soltos 1.867 reclusos: 1.179 porque lhes faltavam menos de 2 anos para cumprir a pena. 674 por saída precária extraordinária. E 14 indultados por terem mais de 65 anos e problemas de saúde. Só estes 14 é que saíram verdadeiramente por causa do vírus. Não faz sentido nenhum", escreveu Rio na sua conta oficial da rede social Twitter.

Estes números foram hoje avançados pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e referem-se a dados entre 11 e 27 de abril.

O regime excecional de flexibilização da execução de penas e indultos a presos devido à covid-19 foi aprovado em 8 de abril na Assembleia da República com votos contra de PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e Chega, com o PAN a abster-se.

Nessa ocasião, Rio justificou o voto contra por o partido recusar perdões de penas devido à pandemia.

"Somos frontalmente contra que, por causa do vírus, haja perdões de pena. Deve haver pessoas que saem da cadeia neste momento? Sim, mas não para a liberdade, não para o meio da rua, para prisão domiciliária. Que pessoas? As que têm risco agravado de contrair covid-19, como os idosos e aqueles que tenham patologias de risco", defendeu então o presidente e líder parlamentar do PSD.

O PSD apresentou propostas de alteração ao diploma, mas foram todas rejeitadas.

Os sociais-democratas defendiam que o regime excecional de prisão domiciliária se aplicaria apenas aos reclusos com idade igual ou superior a 60 anos, aos que tivessem patologias que as autoridades de saúde classifiquem de maior risco (como imunodeprimidos ou doentes oncológicos) e ainda a grávidas ou mulheres acompanhadas por filho menor de três anos de idade.

Deste regime ficariam excluídos os condenados por homicídios, violações, violência doméstica e maus tratos ou quaisquer outros crimes cuja permanência na residência pudesse aumentar o risco de reincidência.

Este não é o primeiro ?tweet' de Rui Rio sobre o tema, naquela que foi, até agora, a maior divergência entre PSD e Governo nas medidas tomadas pelo executivo no âmbito da pandemia de covid-19.

"O Covid-19 não é razão para perdoar penas e soltar delinquentes. Ele justifica que vão para prisão domiciliária os que têm mais de 60 anos e os que têm patologias de risco. Ultrapassado o risco, devem regressar aonde estavam para cumprir o tempo que faltar. É isto que eu defendo", escreveu o líder do PSD, em 7 de abril.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 212 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 948 pessoas das 24.322 confirmadas como infetadas, e há 1.389 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+