01 mai, 2020 - 15:54 • Redação
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O vírus mata, mas não podemos esquecer quem tem “a vida destruída porque perdeu o emprego”, disse esta sexta-feira o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que esteve presente numa ação de rua da CGTP, em Lisboa, para assinalar o 1º de Maio.
“No quadro desta situação que vivemos da epidemia, mais importante se torna estar aqui com essa presença solidária, uma luta que é de todos os dias”, disse o líder comunista aos jornalistas, na Fonte Luminosa.
Jerónimo de Sousa garante que as ações de rua por ocasião do Dia do Trabalhador decorrem “no respeito pelas diretivas da Direção-Geral da Saúde (DGS), no plano do distanciamento social”, e simultaneamente, representa “uma grande afirmação do 1º de Maio nesta situação difícil em que o país se encontra”.
“Nós hoje assistimos a este problema do vírus que pode matar, que mata, e esquecemos muitas vezes aqueles que têm a sua vida destruída porque perderam o emprego, o seu salário, perderam direitos individuais e coletivos”, alerta o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa deixa uma palavra de esperança aos portugueses, porque o “momento é de afirmação, na certeza que isto não há de ser sempre assim”.
“Um dia, há de surgir novamente esta força de Maio, na medida em que os dramas que se vivem hoje de certeza que com a nossa luta, com a nossa ação, com a nossa proposta, há de começar a encetar esse caminho da esperança, de uma vida melhor no nosso país e, particularmente, para quem trabalha, para quem trabalhou, também para os pequenos e médios empresários numa situação aflitiva, também para aqueles trabalhadores com recibos verdes que ficaram despojados de qualquer remuneração.”
Por isso, Jerónimo de Sousa defende a importância deste 1º de Maio. “Há tanta coisa para fazer, designadamente a defesa do Serviço Nacional de Saúde. Justifica-se plenamente esta presença e esta solidariedade”, sublinhou.
Numa altura em que muitos trabalhadores estão em “lay-off” ou foram despedidos, o líder comunista defende que é preciso afirmar os valores do 1º de Maio.
“Eu sou do tempo em que afirmar Maio era difícil. Não havia o vírus, mas havia a repressão, a prisão, a perseguição. Agora não é fácil tendo em conta a situação em que vivemos, mas naquela altura era mais difícil, porque era preciso coragem para participar no 1º de Maio”, salientou.
Questionado se poderá estar a dar um mau exemplo à população mais idosa, ao participar numa ação de rua, Jerónimo de Sousa respondeu que “a idade não é um critério absoluto” e que nunca desistirá “de fazer o 1º de Maio nas condições mais difíceis”.