07 mai, 2020 - 15:13
"Não houve atraso no pagamento do lay-off", declarou esta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, no primeiro debate quinzenal desde o fim do estado de emergência e início do estado de calamidade.
“Lamento desiludi-lo, mas não houve atrasos. Eu disse aqui que todos os pedidos válidos que entrassem até ao final da primeira semana de abril seriam pagos até final de abril. E isso aconteceu”, disse António Costa, em resposta a Telmo Correia, do CDS.
O primeiro-ministro garante que todos os pedidos de "lay-off simplificado entregues até 30 de abril, que forem válidos, serão pagos até 15 de maio.
De acordo com o chefe do Governo, "está tudo pago num universo de 64.500 empresas e 492 mil trabalhadores".
António Costa aproveitou também para fazer a defesa dos funcionários da Segurança Social que nas últimas semanas têm tratado de milhares e milhares de pedidos de lay-off das empresas.
"É totalmente legítimo e normal em democracia que as oposições critiquem o Governo, não creio que seja legítimo na atual fase em que estamos atacar pessoas que são funcionários públicos do Estado, que estão a dar o seu melhor, num esforço absolutamente extraordinário para cumprirem decisões políticas", afirmou António Costa.
"Se tivesse havido atrasos, não era do primeiro-ministro ou da ministra, era da máquina da Segurança Social. E isso a que chamamos máquina da Segurança Social são pessoas concretas, que também têm doenças, receio das doenças, familiares a cargo. O que deviam ter em conta é o esforço extraordinário que os serviços da Segurança Social fizeram. Nos últimos 12 meses tínhamos tratado de 512 pedidos de lay-off, em mês e meio trataram de 103 mil pedidos de lay-off", salientou o primeiro-ministro.
Nas contas de António Costa, em pouco mais de mês e meio, os serviços "trataram do que levariam 187 anos a tratar". Perante este esforço, deixou um "obrigado aos profissionais da Segurança social".
Telmo Correia, do CDS, respondeu que a culpa não é dos funcionários públicos, mas do Governo que faz promessas que não consegue cumprir.
O CDS criticou as dificuldades das empresas no acesso ao crédito. António Costa afirmou que a Sociedade Portuguesa de Garantia Mutua já aprovou 4.700 milhões de euros em garantias.