14 mai, 2020 - 14:07 • Eunice Lourenço
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mantém o que disse sobre o mais recente caso relacional com o Novo Banco: defende que o Estado deve cumprir os compromissos depois de ser conhecida a auditoria que ainda está em curso.
Numa nota publicada esta quinta-feira no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa remete qualquer questão sobre confiança para o interior do Governo.
O Presidente da República esclarece, assim, o telefonema que fez ao ministro das Finanças, Mário Centeno, e que foi noticiado por vários órgãos de comunicação social como implicando um pedido de desculpa de Marcelo Rebelo de Sousa depois das declarações que tinha feito na Autoeuropa.
Na quarta-feira, o Presidente tinha elogiado a intervenção do primeiro-ministro no debate quinzenal da semana passada, quando foi questionado pelo Bloco de Esquerda sobre a transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco.
Depois da intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa na Autoeuropa, numa hora em que Mário Centeno ainda estava na comissão parlamentar de Finanças e dar justificações sobre o caso, o ministro pediu uma reunião com o primeiro-ministro que terminou com um comunicado em que António Costa reafirma a sua confiança pessoal e política em Centeno.
Já esta quinta-feira, vários órgãos de informação noticiaram que Marcelo teria ligado, ontem, a Centeno a pedir desculpa pelo equívoco que possa ter causado.
Mas o Presidente, como se lê na nota divulgada esta quinta-feira, “reitera a sua posição, ontem expressa, segundo a qual não é indiferente, em termos políticos, o Estado cumprir o que tem a cumprir em matéria de compromissos num banco, depois de conhecidas as conclusões da Auditoria cobrindo o período de 2018, que ele próprio tinha pedido há um ano”.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta: “Sobretudo nestes tempos de acrescentados sacrifícios para os portugueses.”
O chefe de Estado informa que transmitiu “isso mesmo” a Costa e Centeno e remete a questão da confiança política em Centeno para o primeiro-ministro.
“O Presidente da República não se pronunciou, nem tinha de se pronunciar, sobre questões internas do Governo, nomeadamente o que é matéria de competência do primeiro-ministro, a saber a confiança política nos membros do Governo a que preside”, conclui a nota divulgada pela Presidência.
O caso Centeno/ Novo Banco terá estado também esta quinta-feira em cima da mesa do almoço de Marcelo e António Costa, que substituíram a reunião semanal por uma refeição depois de terem saído da reunião que decorreu no Infarmed.
Entretanto, o presidente do PSD, Rui Rio, criticou esta quinta-feira António Costa por manter Mário Centeno no Governo "ainda que sem condições", e considerou que este episódio demonstra que "a força do ministro é superior à do primeiro-ministro".