17 mai, 2020 - 19:44 • Lusa
O Comité Central do PCP avaliou no sábado os elementos da preparação da Festa do Avante nas atuais circunstâncias e o partido não abdica de a fazer se estiverem reunidas as condições, afirmou hoje Jerónimo de Sousa.
Em conferência de imprensa sobre as conclusões da reunião de sábado do Comité Central, confrontado com a posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que nenhuma festa partidária ou popular deve ter regras diferentes das demais, o secretário-geral do PCP retorquiu: "Pois não, nem direitos a menos".
"Nestes próximos meses iremos tendo em conta a realidade social, sanitária, tendo em conta o desenvolvimento deste processo. Aquilo que garantimos é que faremos a festa se estiverem reunidas as condições para o fazer - disso não abdicamos", afirmou.
Segundo Jerónimo de Sousa, "em relação à Festa do Avante, o Comité Central avaliou os elementos da sua preparação nas circunstancias atuais, designadamente no plano das medidas de proteção sanitária" face à pandemia de covid-19.
"Estamos a quatro meses da realização da festa, mas a garantia é que, tal como em outras festas anteriores, das primeiras entidades a que recorremos é sempre a Direção-Geral da Saúde para garantir as condições sanitárias na nossa Festa do Avante", acrescentou.
Comício em Junho
O PCP vai realizar um comício em Lisboa no dia 7 de julho contra a retirada de direitos, anunciou este domingo o secretário-geral dos comunistas, afirmando que este partido não abdica da atividade política como direito inalienável.
Na conferência de imprensa sobre as conclusões da reunião de sábado do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa anunciou também "uma ação de defesa e valorização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), incluindo, a 28 de maio, um dia de divulgação da proposta de programa de emergência para o SNS".
Quanto ao comício de 7 de junho, em Lisboa, Jerónimo referiu que marcará o início de um conjunto de iniciativas sob o lema "Nem um direito a menos, confiança e luta por uma vida melhor", e rejeitou que se coloque em causa "o direito inalienável da atividade política".
"Era o que mais faltava que neste momento se procurassem cercear as liberdades democráticas, a atividade política, coisa que o povo português não aceita, e que sacudiu e acabou há 40 anos. Teremos em conta, naturalmente, as medidas que se verificam em termos de segurança sanitária, isso posso garantir, corresponderemos à realidade e às medidas que se aplicam", afirmou.
"Não queremos nem mais nem menos direitos do que outras atividades incluindo no plano político", frisou Jerónimo de Sousa, assegurando que o comício do PCP decorrerá "com sentido de responsabilidade".
O secretário-geral do PCP defendeu que no atual contexto os trabalhadores "têm de participar na defesa dos seus interesses, dos seus salários, dos seus direitos, da sua pequena empresa ou negócio".
"É nessa batalha que o PCP estará, não deixando os trabalhadores sozinhos ou, como alguns pretendem, que fiquem em casa", acrescentou.
Jerónimo de Sousa anunciou ainda que o PCP vai realizar "uma jornada de contacto e informação junto dos trabalhadores com início em 21 de maio", inserida na campanha "Valorizar o trabalho e os trabalhadores. Não à exploração!" e "uma linha de ação e contactos dirigida aos micro, pequenos e médios empresários e trabalhadores por conta própria a partir de junho".
[notícia atualizada às 20h00 com informação sobre Festa do Avante]