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Pandemia de ​Covid-19

Costa pede "humildade" ao PS e um amplo consenso político contra a crise

21 mai, 2020 - 23:26 • Lusa

Na abertura da Comissão Política Nacional do PS, primeiro-ministro avisou que os próximos dois anos serão muito duros para o país.

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O secretário-geral do PS advertiu esta quinta-feira que, por mais força que tenha o seu partido, a dimensão do desafio económico e social que se coloca ao país, por causa da covid-19, exige diálogo e consenso político e social.

António Costa falava na abertura da Comissão Política Nacional do PS, num discurso aberto à comunicação social e que se centrou nos quatro pilares da proposta de programa de estabilização económica e social que o Governo vai apresentar aos partidos com representação parlamentar e aos parceiros sociais no início da próxima semana.

"Da mesma forma como enfrentámos a pandemia de covid-19, temos de enfrentar esta crise económica e social, o que implica que devemos fazer um esforço para procurar manter o nível de consenso político e social. A democracia não foi suspensa [com o estado de emergência] e a democracia não vai ser suspensa", apontou António Costa.

O líder socialista fez mesmo questão de referir-se às sondagens, que "apontam para um PS muito forte", mas para deixar o seguinte recado aos dirigentes socialistas: "Temos de ter a humildade de compreender bem que, por muita força que o PS possua, precisamos de todos os portugueses, de todos os parceiros sociais e dos diferentes partidos na Assembleia da República para prosseguir este caminho muito exigente que vamos ter pela frente nos próximos anos".

"É com esse espírito de diálogo e de abertura que devemos procurar prosseguir a governação do nosso país. Soubemos unir-nos contra o vírus e temos de nos saber unir agora contra a crise económica, contra o desemprego e contra o empobrecimento", reforçou.

De acordo com o primeiro-ministro, é com esse espírito de abertura que, no início da próxima semana, vai ouvir os partidos com representação parlamentar e os parceiros sociais.

"Todos os partidos têm apresentado as suas propostas, umas melhores, outras piores, umas possíveis, outras nem tanto. Vamos também ouvir os parceiros sociais, que são essenciais para esse processo de estabilização económica e social do país. Queremos desenhar um programa de estabilização económica e social que terá tradução no Orçamento Suplementar a apresentar em junho na Assembleia da República", acrescentou.

País terá dois anos muito duros e PS tem de focar-se no essencial

O secretário-geral do PS avisou que os próximos dois anos serão muito duros para o país, perante uma crise económica e social provocada pela covid-19, razão pela qual o seu partido terá de focar-se no essencial.

Esta ideia do PS concentrado na "crise económica e social" e não em outros temas foi a única referência indireta que António Costa fez às eleições presidenciais de janeiro de 2021, num longo discurso que proferiu perante os membros da Comissão Política Nacional do seu partido.

"Vamos ter pela frente dois anos muito duros de combate pela proteção das nossas empresas, do emprego e do rendimento dos portugueses. Vão ser dois anos muito exigentes e não há otimismo que permita pensar que vamos conseguir fazer isso em menos tempo", advertiu o líder socialista.

Depois, António Costa ressalvou que "também não há nenhuma razão para que não se tenha a confiança no país sobre a capacidade dos portugueses vencerem esta crise, assim como venceram a crise anterior".

"A todos os que duvidam que isto não é possível, gostava de recordar aqueles que em novembro de 2015 também diziam que tudo era impossível", referiu, numa parte da sua intervenção em que falou na ascensão do seu ministro das Finanças, Mário Centeno, à presidência do Eurogrupo - prova do "reconhecimento internacional do país".

"Temos de voltar a fazer um esforço de recuperar o país. É nisso e só nisso que o PS tem de concentrar-se com toda a sua energia e determinação, focando-se no essencial. O que é essencial é agora relançar a economia sem deixar descontrolar a pandemia", defendeu António Costa.

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