24 mai, 2020 - 11:24 • Lusa
O PCP da Azambuja rejeitou este domingo a responsabilização de trabalhadores pelo surto de Covid-19 num polo empresarial daquele concelho e lamentou declarações da ministra da Saúde nesse sentido e exigiu “medidas concretas”.
Em comunicado, a estrutura concelhia do PCP da Azambuja, no distrito de Lisboa, “rejeita a responsabilização dos trabalhadores pela situação criada e a ilibação das entidades empregadoras, como fez a ministra da Saúde, não referindo as condições de transporte, em particular na Linha de Azambuja”.
Em conferência de imprensa realizada no sábado, a ministra Marta Temido afirmou que os surtos de Covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, que são “um foco prioritário de atenção” das autoridades de saúde, têm origem provável em comportamentos individuais de maior relaxamento em momento de pausa no trabalho.
Covid-19
Marta Temido esclareceu ainda que o Governo não es(...)
No seu comunicado deste domingo, a Comissão Concelhia de Azambuja do PCP exige ainda “medidas concretas do Governo, perante a dramática situação no concelho”, como a realização de testes a todos os trabalhadores em empresas da área.
Reclama igualmente a “definição de planos de Saúde Pública e de Higiene e Segurança no Trabalho, dotação de todos com equipamentos de proteção individual, a suportar pelas entidades empregadoras, e o aumento da oferta de transportes públicos e coletivos”.
Tudo, acrescenta, “sem implicar a perda de direitos ou de rendimentos dos trabalhadores”.
Nos últimos dias foram reportados focos de infeção na zona da Azambuja, na região da Grande Lisboa, tendo a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referido na sexta-feira que havia 81 trabalhadores de três empresas com testes positivos para Covid-19.
Só o centro logístico da Sonae tinha 76 casos positivos confirmados, adiantou Graça Freitas.
Fonte da Sonae MC já disse à agência Lusa que a empresa implementou um conjunto de medidas para “minorar este problema”, nomeadamente o desfasamento dos horários dos turnos e a duplicação de autocarros que transportam os trabalhadores até ao armazém.
Por sua vez, a empresa Infraestruturas de Portugal (IP) fez saber que as estações ferroviárias passam a dispor de nova sinalética e materiais informativos sobre as medidas de combate à Covid-19, inclusive uso obrigatório de máscara.
A posição foi expressa depois de o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa, ter alertado para as condições em que operam os comboios, o principal meio de transporte utilizado pelos trabalhadores para se deslocarem para o parque industrial daquele concelho.
“No cumprimento das orientações acordadas com o Governo, com o objetivo de minimização dos riscos na linha da Azambuja, a IP está a efetuar um reforço da sinalética ao nível do pavimento no apeadeiro do Espadanal”, avançou a empresa.
Portugal contabiliza 1.302 mortos associados à Covid-19 em 30.471 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 13 mortos (+1%) e mais 271 casos de infeção (+0,9%).