26 mai, 2020 - 18:29 • Redação
A TAP transformou-se numa “empresa regional” e “não pode ter os apoios de uma empresa que é estrategicamente importante para o país”, defende o presidente do PSD, Rui Rio.
O líder social-democrata falava esta terça-feira à tarde no final de uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa.
Rui Rio contesta o plano de retoma de voos anunciado na segunda-feira pela TAP, que prevê 27 ligações semanais em junho e 247 em julho, sendo a maioria de Lisboa.
“Se é assim como a TAP diz, a TAP não é uma empresa nacional, está visto, é uma empresa de ordem regional, confinada aqui naquilo que era a antiga província da Estremadura, ou na Grande Lisboa”, atira o presidente do PSD em declarações aos jornalistas.
Rui Rio sublinha que “uma empresa que não responde ao aeroporto de Faro, ao aeroporto do Funchal, Ponta Delgada ou do Porto, como deve ser, não é nacional. É uma empresa regional”.
E uma “empresa regional não pode ter os apoios de uma empresa que é estrategicamente importante para o país, como um todo”, defende.
Se a TAP entende que apenas deve servir o aeroporto de Lisboa, “colocou-se de lado para ser uma empresa nacional. A TAP transformou-se numa empresa regional”, lamenta Rui Rio.
Pandemia de Covid-19
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O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, também acusou esta terça-feira a TAP de “impor um confinamento ao Porto e Norte” e de “abandonar o país” neste momento de pandemia em que Portugal “mais precisa” da transportadora aérea.
A TAP publicou na segunda-feira o seu plano de voo para os próximos dois meses, que implica 27 ligações semanais em junho e 247 em julho, sendo a maioria de Lisboa. No seu site, a companhia aérea avisa que as rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.
A TAP tem a sua operação praticamente parada desde o início da pandemia, à imagem do que aconteceu com as restantes companhias aéreas, prejudicadas pelo confinamento e pelo encerramento de fronteiras apara conter a covid-19.
O plano de retoma das operações é conhecido numa altura em que o Estado português e a administração da TAP vão iniciar negociações com vista a um eventual apoio para fazer face à crise provocada pela pandemia de Covid-19.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, diz que não se pode excluir qualquer cenário para a companhia aérea, inclusivamente a insolvência. O governante diz que a empresa tem uma “dívida brutal”, que ascende a 3,3 mil milhões de euros.
Dias antes, o primeiro-ministro, António Costa, tinha dito no Parlamento que só haverá apoio à TAP com "mais controlo e uma relação de poderes adequada", mas assegurou que a transportadora aérea continuará a "voar com as cores de Portugal".
Na semana passada, a TAP decidiu voltar a prolongar o período de "lay-off" dos trabalhadores até final de junho, justificando com as restrições à mobilidade e a operação reduzida prevista para aquele mês.
O setor da aviação é um dos mais afetados pela pandemia. O Governo alemão e a administração da Lufthansa chegaram esta segunda-feira a acordonsa chegaram esta segunda-feira a acordo relativamente à ajuda de Estado que a companhia aérea alemã vai receber para fazer face às perdas registadas com os efeitos da pandemia da covid-19. Sao 9 mil milhões de euros.