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António Costa "compreende e respeita" pedido de Mário Centeno para deixar o Governo

09 jun, 2020 - 13:26 • Redação

Primeiro-ministro diz que Mário Centeno sai das Finanças com uma "tranquila passagem de testemunho" e a continuidade das políticas está assegurada com o novo ministro João Leão.

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Mário Centeno na hora da despedida: “São 1.664 dias como ministro das Finanças e números certos”
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O primeiro-ministro diz que foi Mário Centeno a pedir para deixar a pasta das Finanças. “A vida é feita de ciclos e quero expressar publicamente que compreendo e respeito que o doutor Mário Centeno queira abrir um novo ciclo na sua vida", afirma António Costa.

O chefe do Governo falava aos jornalistas no final do Conselho de Ministros, acompanhado por Mário Centeno e o seu sucessor, João Leão.

"Foi por minha proposta e a pedido do senhor ministro de Estado e das Finanças, decidido pelo senhor Presidente da República, marcar para próxima segunda-feira de manhã a exoneração de Mário Centeno como ministro e nomeação de João Leão", começou por referir António Costa, deixando claro que Centeno pediu para sair do Governo.

O primeiro-ministro afirma que a vida é feita de ciclos. "Quero expressar publicamente que compreendo e respeito que o doutor Mário Centeno queira abrir um novo ciclo na sua vida", declarou.

"Infelizmente, a Covid não permite dar agora um abraço que me apetecia dar ao Mário Centeno, mas Covid passado o abraço será dado", garantiu António Costa.

O chefe do Governo deixou rasgados elogios ao trabalho desenvolvido pelo ministro das Finanças nos últimos anos, com o primeiro excedente orçamental da democracia, prestigiando o país como presidente do Eurogrupo e sendo, "pela segunda vez em 46 anos da nossa democracia, um ministro das Finanças cumpriu integralmente uma legislatura de quatro anos".

"Não vou agora aqui recordar a excelência dos resultados alcançados nestes anos de governação nem a forma como prestigiou Portugal na presidência do Eurogrupo, porque isso é conhecido de todos. Mas quero aqui testemunhar a extraordinária capacidade de trabalho, o excelente espírito de equipa, comigo e com os restantes membros do Governo, e a constante preocupação em assegurar equidade nas decisões e o sentido profundamente humanista que sempre inspirou a sua ação", enalteceu António Costa.

Questionado se Mário Centeno vai ser o próximo governador do Banco de Portugal, o primeiro-ministro diz que vai discutir a sucessão de Carlos Costa com o novo ministro João Leão, ouvir os partidos e conversar com o atual governador.

"Passagem de testemunho tranquila"

No final do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro também dirigiu algumas palavras ao novo ministro das Finanças. António Costa agradeceu a João Leão por aceitar o convite, "o encargo de dar continuidade ao trabalho que também iniciámos aquando da elaboração do grupo que criou o Cenário Macroeconómico" e nos últimos cinco anos tem sido responsável pela política orçamental do Governo.

"É com muito gosto que agora iremos prosseguir este trabalho com maior proximidade, de uma forma mais direta, sem a intermediação do Mário Centeno", salientou.

António Costa afirma que "neste momento tão desafiante para a estabilização da situação económica e social do país, para a preparação do Plano de Recuperação Económica do país, é muito importante podermos contar com a pessoa que maiores garantias dá continuidade de continuidade da nossa política orçamental".

"Quero assegurar aos portugueses que com esta tranquila passagem de testemunho, a continuidade da nossa política num momento em que a gravidade da crise económica e social exige, mais do que nunca, que o Ministério das Finanças continue em boas mãos. Obrigado aos dois", concluiu António Costa.

Na sua intervenção, o ministro cessante das Finanças afirmou que foi uma “enorme honra fazer” parte do Governo e ajudar Portugal. “São 1.664 dias como ministro das Finanças e contas certas”, disse Mário Centeno no final da reunião do Conselho de Ministros.

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