10 jun, 2020 - 10:46 • José Pedro Frazão com redação
O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel diz que João Leão é uma escolha de segunda linha para a pasta das Finanças, que fica sem peso nem importância após a saída de Mário Centeno do Governo.
“[João Leão] é uma escolha de segunda linha. É um Governo que tem 19 ministros, além do primeiro-ministro, mas nenhum tem peso e importância como tinha era Mário Centeno”, começa por dizer o habitual comentador do programa Casa Comum da Renascença sobre mudança de rostos na pasta das Finanças, que trata das contas públicas.
Na sua opinião, há uma perda clara e, por isso, afirma que os “prognósticos são muito reservados”. “De um ministro das Finanças espera-se que seja alguém com força e visibilidade. Haveria outros secretários de Estado - como Mourinho Félix ou até do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - pois teriam mais força política, mas, mesmo assim, não acho que tivessem muita e seria sempre uma solução muito interna. Mais uma vez, este parece um Governo remendado”, classifica.
Saiu do Banco de Portugal para o Governo com a aur(...)
Nestas declarações, lembra que esta saída já era esperada e lembra os sinais. “Mário Centeno ao longo da legislatura passada quis ir para o FMI, para Comissão Europeia, quer ir para o Banco de Portugal. Portanto, nunca esteve satisfeito com o Ministério das Finanças. Depois, sabemos que quando se formou o segundo Governo de Costa ele foi relegado de segundo lugar na hierarquia para quarto – o que também foi um sinal.”
Paulo Rangel chega mesmo a citar Marcelo Caetano para caracterizar a escolha de Costa. “É uma pessoa da mesma equipa, mas logo veremos se há continuidade. Acho que o Primeiro-ministro quer dar essa ideia. António Costa está aliás a ficar numa lógica um bocadinho Marcelista – para usar um período do fim do antigo Regime – que é a evolução na continuidade.”
Considera que essa frase revela uma ideia de “soluções esgotadas e, não propriamente, de um novo fôlego, como aquele que a crise e a necessidade de a superar, fazendo uma verdadeira recuperação, imporia”.
O primeiro-ministro, António Costa, optou por uma (...)