Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Pandemia

Covid-19. Iniciativa Liberal contra novas restrições sem clareza de dados em Lisboa

22 jun, 2020 - 12:55 • Lusa

João Cotrim Figueiredo falou aos jornalistas depois da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa e lembrou que a Assembleia da República "é soberana” em matéria de limitação de liberdades individuais.

A+ / A-

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) manifesta-se contra novas restrições de liberdades individuais se não existirem dados claros sobre o que está na base do aumento de casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Nesta segunda-feira, no final de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, o deputado único da IL defendeu ainda que, se se concluir que é necessária mais legislação, essa decisão só pode sair da Assembleia da República e não ser tomada "por resolução do Conselho de Ministros ou um qualquer ofício".

"Os dados que existem, incluindo os que o Presidente da República pode dispor, não são suficientes para concluir porque é que Lisboa tem uma deteção de casos de infetados tão diferente de outra zona do país. O que é que é diferente na zona de Lisboa, o tipo de trabalho? Não me parece. O tipo de transportes? Não me parece. O número de testes? Ninguém sabe", apontou.

Para João Cotrim Figueiredo, sem estes dados "não se pode dar crédito" nem às explicações relativamente à atual situação de Lisboa e Vale do Tejo e "muito menos defender medidas radicais" com uma cerca sanitária à região ou a reintrodução do estado de emergência.

"Não há possibilidade de Portugal retomar a sua vida se tivermos na base desconhecimento ou confusão relativamente aos dados partilhados com a população", disse, apelando a que na próxima reunião com os especialistas no Infarmed, na quarta-feira, "não só os dados sejam muito claros, como a comunicação sobre esses dados".

O presidente da IL defendeu que "há uma coisa pior do que uma crise pandémica que não esteja controlada": "Uma crise social e económica profunda que dura anos e que atrase Portugal, quem sabe irremediavelmente".

Questionado se admite que o parlamento possa legislar para controlar os ajuntamentos de jovens ou restringir a venda de álcool, João Cotrim Figueiredo avisou que a IL "será sempre o partido mais resistente a restringir as liberdades individuais".

"Não vamos à partida, havendo falta de dados e de certezas sobre o que se está a passar, instituir mais proibições", disse.

Se novas limitações vierem a ser justificadas, o presidente da IL avisa que só a Assembleia da República "é soberana nessas matérias", não podendo haver qualquer limitação de liberdades individuais tomada "por resolução do Conselho de Ministros ou um ofício".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+